segunda-feira, 4 de maio de 2009

O caminho de volta

Estava tudo tão certo, desde o início da viagem todos os dias ensolarados. Sabíamos que a cada dia a probabilidade de chuva aumentada, pois não é comum tantos dias sem chuva. Mas ainda assim tínhamos esperanças de que não chovesse até o fim da viagem. Não deu certo!
Isso nos desanimou, pois o trajeto que planejei nos levava ao litoral sul da Inglaterra, que apesar de não ter areia é bonito. Não dá para entrar na água gelada é claro, mas é legal para conhecer. Mesmo com a chuva prosseguimos com o planejado e ainda adicionamos uma cidade, Bath, sugerida pelo nosso anfitrião em Bristol. Tentamos, mas chegando em Bath desistimos, pois a cidade é um caos completo, pelo menos em relação ao trânsito. Se for visitar essa cidade nem pense em dirigi por lá. Vá de ônibus. Desistimos dela e continuamos na estrada até chegar ao Stonehenge.
De acordo com a Wikipedia e alguns outros sites que pesquisei, assim como o material que recebi quando o visitei, Stonehenge (do inglês arcaico "stan" = pedra, e "hencg" = eixo ou "hen(c)en" = pendurar ou suspender) é um monumento megalítico da Idade do Bronze, localizado na planície de Salisbury, próximo a cidade de Amesbury, no condado de Wiltshire, ao Sul da Inglaterra. Bem, pelo menos a localização vocês podem confiar. :D
É considerado o mais visitado e bem conhecido dos círculo de pedras britânicos, e acredita-se que foi projectado para a observação de fenômenos astronômicos. Denominado pelos Saxões de "hanging stones" (pedras suspensas) e referido em escritos medievais como "dança dos gigantes", existem diversas lendas e mitos acerca da sua construção, creditada a diversos povos da Antiguidade. Uma das opiniões mais populares foi a de John Aubrey. No século XVII, antes do desenvolvimento dos métodos de datação arqueológica e da pesquisa histórica, foi quem primeiro associou este monumento, e outras estruturas megalíticas na Europa, aos antigos Druidas. No entanto, os Druidas só apareceram na Grã-Bretanha após 300 a.C., mais de 1500 anos após os últimos círculos de pedra serem erguidos. Algumas evidências, entretanto, sugerem que os Druidas encontraram os círculos de pedra e os utilizaram com fins religiosos.
Outros autores sugeriram que os monumentos megalíticos foram erguidos pelos Romanos, embora esta idéia seja ainda mais improvável, uma vez que os Romanos só ocuparam as Ilhas Britânicas após 43, quase dois mil anos após a construção dos círculos de pedra. Somente com o desenvolvimento do método de datação a partir do Carbono-14 estabeleceram-se datas aproximadas para os círculos de pedra. Durante décadas não foram formuladas explicações plausíveis para a função dos círculos, além das suposições de que se destinavam a rituais e sacrifícios.
Essa parada foi legal. Depois daí foi só estrada até chegar em casa, descansar e preparar a mala para a próxima viagem. Dois dias mais tarde estávamos desembarcando em Dublin, capital da República da Irlanda.
Curiosidade 1: No dia 21 de Junho, o Sol nasce em perfeita exatidão sob a pedra principal.
Curiosidade 2: Estima-se que para a construção do desse círculo de pedras foram necessárias mais de trinta milhões de horas de trabalho.
Curiosidade 3: Stonehenge é uma estrutura composta, formada por círculos concêntricos de pedras que chegam a ter cinco metros de altura e a pesar quase cinqüenta toneladas.

O plano inicial nos levou a Bristol, mas chegando lá ....

Após algumas horas na estrada chegamos a Bristol. Fomo visitar um amigo brasileiro que está fazendo o doutorado na Universidade de Bristol e graças a ele não gastamos com hospedagem, pois ele nos “ofereceu” abrigo. Na verdade eu e o Márcio forçamos a situação desde o começo hehehe, mesmo assim obrigado Cintra.

Deixando de lado o fato de não encontrarmos lugar para estacionar o carro, o resto foi tranquilo. Saímos para dar uma volta na cidade de conhecer a famosa ponte de Bristol, chamada de Clifton Suspension Bridge. Essa ponto foi projetada pelo engenheiro Vitoriano Isambard Kingdom Brunel. Mas o camarada não teve a felicidade de ver seu projeto concluído pois morreu antes de 1864, ano em que o projeto foi concluído.
A ponte é lindíssima mesmo, e foi construída sobre o rio Avon que fica no vale entre duas muralhas de pedras com altura de mais de 200 metros. No período em que Bristol foi uma importante cidade portuária, esse rio era usado como principal portão de acesso e as muralhas eram usadas como defesa da cidade. Quando navios piratas tentavam atacar a cidade a “coisa ficava feira para eles”, pois a guarda da cidade mantinha diversos canhões na encosta a muralha, o que tornava relativamente simples a defesa da cidade.

Na verdade sei que a cidade tem muitas outras atrações a oferecer, mas não desfrutamos delas infelizmente :(

Dentre as atrações da cidade posso até citar algumas, assim serve como um pequeno guia caso alguém queira visitar: Brunel's ss Great Britain Museum, City Museum & Art Gallery, The Georgian House, The Red Lodge, Blaise Castle House Museum, Berkeley Castle, Thornbury Castle, Bristol Cathedral, Kings Weston Roman Villa, The Edward Jenner Museum, Fleet Air Arm Museum e a Clifton Suspension Bridge .... e muitos outros. Nem quero pensar que fui para lá e não visitei esses lugares. Voltarei.

Saímos a noite e foi péssimo! Fomos a uma “discoteca” muito ruim na minha opinião. Mas tudo bem, não dá para acertar todas. No outro dia ao invés de ficarmos em Bristol decidimos visitar Cardiff, a capital do país de Gales. Estávamos ali pertinho mesmo e de carro, então por que não?
Sinceramente não sei se teríamos aproveitado tanto em Bristol, mas em Cardiff foi muito legal. Na verdade fomos para visitar o Castelo de Cardiff. Finalmente conheci um castelo! Foi muito legal.

Dentro do castelo também tem um pequeno museu de armas com muitos objetos interessantes. Passamos a tarde lá e depois voltamos para Bristol.

No outro dia bem cedo levantamos acampamento e partimos em direção a Canterbury, mas com planos de parar em várias cidades ao longo do caminho. Só teve um problema: a chuva.

E não é que a música dos caras é boa mesmo ....

Saindo de Manchester foram apenas uma hora até chegar em Liverpool, e sem dificuldades ou surpresas dessa vez. Só um detalhe, na chegada decidimos por questão de sorte seguir uma placa que aparecia com muita frequência nos direcionando a um tal de Albert Dock. Não tínhamos planejado nada para Liverpool e nem mesmo feito reserva de hotel ou albergue. Pensamos que seria mais emocionante chegar na loca mesmo e procurar um lugar para ficar. Na pior das hipóteses teríamos que dormir no carro. Mas tudo ficou mais fácil quando chegamos ao tal do Albert Dock, pois esse é um dos pontos turísticos da cidade, com museus, galerias de arte, restaurantes e hotéis. Lá consegui um mapa da cidade e informações de como chegar a um albergue e hoteis mais baratos.

Fomos um hotel (Formule 1, bem conhecido no Brasil), pedi para ver o quarto e, “pelas barbas do profeta” como fedia. Me senti na Inglaterra mesmo, hehehehe. Desisti na hora.
Fomos então para o Albergue da juventude com a esperança de encontrar um lugar mais limpo e menso fedido. Era mais limpo e menos fedido sim, mas apenas menos fedido, pois o fedor ainda estava lá. Afinal, estamos na Inglaterra, país onde banho é considerado um crime. Estou quase começando a acreditar nisso!!!!

Mas decidimos ficar por ali mesmo e porque motivo? Grana e a possibilidade de conhecermos outros viajantes para festar na cidade. Já na primeira noite conhecemos um canadense que estava no mesmo quarto que nós e com ele fomos ao famoso pub The Cavern, o pub onde os Beatles começaram a carreira. Esse noite foi incrível! O pub é muito bom, com valor da entrada muito barata (1 libra) e cerveja mais barata que em Canterbury. Sem contar a banda que “interpretava” e cantava as músicas dos Beatles. Os caras mandaram muito bem.  Nos divertimos muito a com baixo custo!

No outro dia como é de se esperar saímos para caminhar, fotografar e conhecer os lugares mais famosos da cidade. E na segunda noite decidimos sair novamente só para variar um pouco. Dessa vez fomos a outro pub, chamado The Grape. Esse é o bar onde os Beatles iam beber antes dos shows, segundo reza a lenda. Nesse bar estava um tiozão tocando rock. Poxa vida, não dá para descrever a sensação de estar nesse bar apreciando uma pint de Guinness Draught e curtindo um rock daquela qualidade. Só estando lá para saber o que significa. Dormi pouco mais feliz naquela noite, pois o no outro dia tínhamos que fazer o check-out até as 10 da manhã e zarpar para o próximo destino: Bristol. Mas não antes de dar um passeio as 8 da manhã pela orla do rio Mersey e comprar umas pequenas lembranças dessa cidade maravilhosa.

Manchester e o caminho até lá

Antes mesmo de chegarmos na estrada já percebi que seria complicado. Eu estava de navegador cuidando dos mapas e tudo mais enquanto o Márcio dirigia a caranga que alugamos para viajar. Mas já na primeira curva saindo da locadora o nosso motorista esqueceu que seu lado esquerdo tinha mais carro que o lado direito e já ia perdendo o retrovisor na traseira de um caminhão que estava estacionado em cima da calçada. Por sorte tive tempo para avisá-lo e ele reagiu bem e conseguiu desviar. Não dá para dirigir como se estivesse no Brasil usando um carro inglês. Para os poucos que não sabem, vale lembrar que no carro inglês a direção fica do lado direito do carro. Isso muda muita coisa. Como outro exemplo, toda hora eu escutava um barulho estranho na porta do motorista. Depois de alguns minutos percebi que era o próprio motorista batendo na porta toda vez que precisava trocar a marcha. Coisa de louco, pois o câmbio nos carros ingleses fica ao lado esquerdo do motorista.

Mas o pior ainda estava por vir. De Canterbury até Manchester são 441 km. Mas não precisou de tudo isso para começarmos a ter emoções. Já na saída da cidade nos perdemos. Caramba como as placas aqui são confusas hehehe. Demoramos um pouco mas encontramos o caminho.

Depois de entrar na estrada foi mais tranquilo, apesar de que o Márcio estava extremamente tenso. Passamos pelos arredores de Londres sem problemas, e enquanto não precisássemos trocar de rodovia não tinha como errar. Mas em algum momento teríamos que trocar de rodovia não é?

E foi logo na primeira que nos ferramos. Um entroncamento onde se encontram várias rodovias. Tínhamos várias opções e em cascata. Estava tudo indo bem, difícil mas bem, até a última curva na qual erramos. Esse erro nos custou mais 60 km de estrada :(

Enfim encontramos o caminho certo e voltamos ao plano inicial. Mas, eis que o Google Maps nos aprova uma. Estávamos seguindo as instruções do Google até então e estava tudo certo. Mas chegando em Birmingham percebi que tinha algo errado no mapa. Na verdade tinha uma inconsistência com o mapa das rodovias e as instruções do Google. Mas como estávamos seguindo as instruções desde o começo decidimos continuar. Isso nos custou mais 70 km, pois seguindo as instruções acabamos circulando a cidade e fazendo uma volta gigante para voltar a quase o mesmo ponto. Por que isso? Por que o Google achou que nós queríamos desviar de um pedágio. Então gastamos em gasolina o dobro do valor do pedágio para dele.  Após isso, voltamos ao curso normal das coisas e ao trajeto inicialmente planejado. Finalizamos a viagem sem mais surpresas.

Chegamos ao hotel salvos e com uma tremenda dor de cabeça. Foram muitas informações para um mesmo dia. Aprender todos os sinais de trânsito usados na Inglaterra, controlar o trajeto, buscar rotas para corrigir os erros .... tudo isso é bem cansativo. Mas no final conseguimos aprender algo. Um detalhe interessante: acostamento por aqui se chama “hard shoulder”, básico mas nós não sabíamos.

Na cidade foi tudo bem. No primeiro dia cumprimos com nosso dever e fomos ao Simpósio. Tinha esquecido de mencionar mas esse era o objetivo inicial da viagem :)

A noite saímos para curtir a cidade  e tomar umas brejas. No outro dia caminhamos muito pelo centro da cidade, fotografamos muitos lugares legais e visitamos museus e galerias de arte. Muito interessante, mas com apenas um dia para conhecer não dá para aproveitar muito. Mesmo com o pouco tempo saí de Manchester com uma boa impressão da cidade.

As 16 hs zarpamos para Liverpool.

A representante Irlandesa

guinness-logo
Em 24 de abril deste ano a Guinness completou seus 250 anos. Tudo começou com um sujeito chamado Arthur Guinness numa cervejaria localizada em St. James's Gate em Dublin, capital da República da Irlanda. 'Raise a glass to the memory of Arthur Guinness!' essa é uma frase muito comum em Dublin, pois toda vez que alguém fala sobre Guinness outro alguem a grita, o que significa, grosso modo, faça um brinde a Arthur Guinness.
Arthur Guinness começou a fabricar a tão famosa cerveja em Leixlip. Em 1759 transferiu a cervejaria para o local atual, St. James's Gate, e em 31 de dezembro do mesmo ano assinou um contrato para uso desse local por até 9000 anos a um valor de £45 por ano. Dez anos mais tarde, em 1789, as exportações começaram, sendo a primeira remessa (6,5 barris) enviada para a Inglaterra.
A Guinness, apesar de ser classificada como Stout, foi baseada em outro estilo: Porter. O motivo dessa confusão é porque o nome Stout surgiu de uma diminuição do nome "Stout Porter", usado para classificar as Porters mais fortes. A Porter é uma cerveja mais suave que sua parente Stout, normalmente com 1 a 2% a menos de álcool. São cervejas escuras e típicas da Inglaterra, originárias em Londres no princípio do século 18. As Stouts por sua vez, são cervejas negras opacas, dotadas de forte sabor de chocolate, café e malte torrado, e usualmente com pouca carbonação. Uma representante dessa categoria no Brasil é a Caracu (não provei ainda a Caracu, então não posso opinar sobre a mesma).
Composição das Guinness': água, malte, cevada, lúpulo e fermento.
A característica mais marcante da Guinness é seu sabor "tostado", derivado do processo de torrefação da cevada. O colarinho ou creme é também marcante, principalmente na Draught que contém uma misturada a nitrogênio e dióxido de carbono. Essa mistura resulta em um creme único e complexo. Com essa composição é possível colocá-la em alta pressão sem que a cerveja "borbulhe" ou aconteça o "efeito efervescente". A textura cremosa dessa Guinness Draught é resultado dessa mistura, com baixos níveis de dióxido de carbono e presença do nitrogênio, o qual também contribui para a formação do colarinho extremamente cremoso devido as bolhas minúsculas. Já a Extra Stout não contém nitrogênio, o que a deixa mais ácida e menos cremosa que a Draught.
Quanto a coloração, usualmente as pessoas descrevem as Guinness como sendo cerveja preta. No entanto, apensa de parecer preta, oficialmente ela é descrita como rubi muito escuro. Coloque contra uma fonte de luz forte e veja se é verdade :)
Existe um ritual para servir um "perfect pint of Draught Guinness" e toda uma história relacionada a esse ritual. De acordo com a fabricante da cerveja o ritual leva 119,53 segundos e é realizado em duas etapas. Primeiro serve-se até pouco mais da metade do copo, espera-se alguns segundos para formar o creme e, então, completa-se a pint. Mesmo após esses segundos esperando o creme ainda não está completo e as bolhas estão em frenesi. Essa cerveja deve ser servida a 6°C. Outro detalhe importante é o copo que deve ser em "forma de tulipa" mas não exatamente uma tulipa (Veja a figura).
Minha avaliação: provei duas Guinness diferentes quando fui a Dublin na semana passada e para variar acabei fazendo algumas anotações sobre elas. Aí vão minhas impressões sobre elas.
GUINNESS DRAUGHT
beer_photo_draught_pint1Local onde provei: Guinness Storehouse, St. James Gate em Dublin, República da Irlanda.
Data: 02 de maio de 2009.
Cervejaria St. James’s Gate
Grupo Diageo
Estilo Dry Stout
Álcool (%) 4,1% ABV
Sazonal Não é sazonal
Ativa: SIM
Temperatura 6 °C
Copo ideal Pint
notas: [final] 3,5
aparência [1-5]: (5) quando o garçom lhe apresenta uma pint de Guinness Draught ainda formando o creme não dá para resistir. É difícil segurar a baba. O copo (pint) é estilizado é muito bonito. Mas o detalhe que a deixa mais atraente é alta carbonação e a presença do nitrogênio, quando a pint chega a sua frente a carbonação está ativa, "com bolhas descendo" e completando o colarinho. Diferente mas é isso mesmo. O que se vê são bolhas descendo e não subindo. Tente descobrir porque. O contraste da cerveja "preta" com o creme bege e o gradiente da carbonação a deixa ainda mais atrativa.
aroma [1-10]: (7) não muito diferente dos outros tipos de Guinness. O malte torrado se sobressai mas as notas de caramelo também estão mais presentes que na Extra Stout.
sabor[1-20]: (14) início adocicado com notas de caramelo e final marcado pelo sabor do malte torrado, mas em menos intensidade que a Extra Stout. Amargor persistente mas com intensidade mediana. Possui acidez baixa, presença de álcool na medida certa e carbonação altíssima, o que a deixa de certo modo refrescante.
sensação[1-5]: (3) corpo médio e refrescante.
conjunto[1-10]: (6) uma cerveja relativamente equilibrada. Mas o aspecto que a deixa mais atraente impacta também no sabor tornando-a mais leve do que deveria ao meu ver. A carbonação poderia ser menos intensa.
GUINNESS EXTRA STOUT
dscn9627-1Local onde provei: Guinness Storehouse, St. James Gate em Dublin, República da Irlanda.
Data: 02 de maio de 2009.
Cervejaria St. James’s Gate
Grupo Diageo
Estilo Extra Stout
Álcool (%) 4,2% ABV
Sazonal Não é sazonal
Ativa: SIM
Temperatura 8-12 °C VER GUIA
Copo ideal Pint
notas: [final] 3,5
aparência [1-5]: (4) a garrafa dessa cerveja não tem um design muito diferente de outras cervejas mais simples e de longe apresenta curvas como a Hoegaarden. No entanto, o contraste de cores da garrafa com o rótulo e seu formato simples e austero, a torna muito elegante e convidativa. São poucos os detalhes na garrafa, talvez os mais marcantes sejam a assinatura em alto relevo na garrafa e o o desenho de uma harpa, objeto símbolo da República da Irlanda, no rótulo. Creme levemente castanho, pouco denso e não pouco persistente. Quanto a cor, muito escura aproximando ao preto como é característica da categoria.
aroma [1-10]: (6) o malte torrado se sobressai a todos os outros aromas. No entanto notas de caramelo estão presentes.
sabor[1-20]: (15) início adocicado com notas de caramelo e final marcado pelo sabor do malte torrado. Amargor persistente e muito marcante. Excelente ao meu ver. Possui acidez baixa, presença de álcool na medida certa e carbonação média-baixa.
sensação[1-5] (3) : corpo forte, marcante, cheio de vigor e virtude. Harmoniza bem com pratos bem temperados ou carne. Mesmo tendo um forte e persistente amargor também desce fácil.
conjunto[1-10] (7): Em termos de sabor e aroma a Guinness Extra Stout é relativamente equilibrada, mas com destaque ao malte torrado. Dentro do contexto e proposta do fabricante é uma excelente cerveja.

O estilo Weissbier

Um pouco de informação sobre o estilo Weissbier (Weizenbier, Wheat Beer ou Cerveja de Trigo)
texto copiado na íntegra do site http://www.brejas.com.br/cerveja.shtml. Acessem o site para mais informações sobre outros tipos de cervejas e assuntos relacionados.

Produzida principalmente pelas grande cervejarias alemãs como HB, Paulaner, Erdinger, Franziskaner e Weihenstephan, é uma cerveja feita a base de trigo e característica do sul da Alemanha, região da Baviera. São cervejas claras e opacas, onde sobressai o trigo com o qual foram produzidas, bem como sabores frutados (banana e maça), cravo e florais. Bastante refrescantes e de graduação alcoólica moderada (entre 5 e 6%), são opacas e normalmente não filtradas. Produzem, em geral, um creme denso e persistente. Aqui no Brasil a Bohemia fabrica sua versão, chamada Bohemia Weiss.

As variedades possíveis são:

  • Hefeweizen, de cor amarelada-marrom opaca, pois a levedura não é filtrada. Erdinger Hefeweizen é a mais conhecida aqui no Brasil.

  • Kristallweizen, de cor clara e transparente, leve na degustação. Normalmente é filtrada, não tendo adição de levedura diretamente na garrafa. Um exemplo é a Franziskaner Weissbier Kristallklar

  • Dunkelweizen ou Hefeweissbier dunkel, cerveja de trigo escura, de gosto mais forte. A Erdinger tem sua versão, aquela com rótulo preto.

  • Weizenstarckbier ou Weizenbock, cerveja tipo bock com uma graduação alcoólica entre 5% e 12%. Exemplo é a Aventinus, feita pela G. Schneider & Sohn.

  • Berliner Weisse ou Berlin White (cerveja branca berlinense), de graduação alcoólica entre 2 e 4% e de cor amarelada e opaca. Por ser levemente azeda, é comum adicionarem xaropes doces de frutas.

  • Witbier (Belgian White), esbranquiçadas devido às leveduras e ao trigo suspenso (daí o nome). Possui um toque cítrico de laranja, já que a casca da fruta é usada como complemento ao lúpulo. Também leva "coriander", conhecido por nós como coentro. A marca mais representativa é a Hoegaarden, além da Unibroue Blanche de Chambly.

  • Bière Blanche ou Blanche: apenas o nome em francês para as cervejas de trigo.

  • Russ, cerveja de trigo com acréscimo de suco de limão (Zitronenlimonade), assim como ocorre com a Radler.


Hoegaarden

hoegaarden_logo

Hoegaarden (pronúncia /whogarden/) é uma cerveja branca originária de uma pequenina cidade na Bélgica cujo nome é Hoegaarden. Criada pela cervejaria De Kluis que é atualmente parte da InBev.


Essa cerveja é produzida até hoje seguindo sua receita tradicional datada de 1445. Seus ingredientes são água, fermento, lúpulo, trigo,coriander e casca de laranja curaçao seca.  Sendo os dois últimos ingredientes os principais responsáveis pelo seu sabor característico cítrico e refrescante. A idéia de usar o trigo ao invés da cevada para a fabricação de cerveja veio dos monges que viviam na cidade de Hoegaarden.

Apesar da data da receita, a cervejaria Hoegaarden propriamente dita só começou existir em apenas 1966. Sua coloração pálida e turva é resultado da segunda etapa de fermentação que acontece na garrafa. O sucesso das cervejas de trigo foi tão grande que fez surgir diversas pequenas cervejarias na região. No entanto as mesmas não resistiram a competição com as grandes cervejarias e aos problemas das Guerras Mundiais. AHoegaarden, por exemplo, fechou as portas em 1957.

Para a nossa felicidade, 9 anos mais tarde um camarada chamado Pierre Celis, de profissão leiteiro, resolveu reerguer a fábrica e trazer novamente ao mercado essa grande cerveja. Recebeu ajuda financeira de seu pai e técnica de um mestre cervejeiro veterano para a criação da cervejaria The Cloister. O sucesso foi imediato.

Agora o que devemos fazer é brindar ao Sr. Pierre Celis.
Descrição Comercial


A Hoegaarden contém ingredientes especiais como sementes de coriander, uma especiaria originária da Ásia e norte da África, e raspas de casca de laranja, o que lhe confere alta refrescância e drinkability. Combina bem com saladas, peixes, mexilhões, defumados e queijos de consistência semi-dura  Produzida na pequena vila de Hoegaarden, no norte da Bélgica, esta é uma autêntica cerveja de trigo belga, também conhecida como White Beer. A Hoegaarden possui um processo de fabricação único e complexo e, por isso, é virtualmente diferente de qualquer outra cerveja no mundo. A primeira etapa é um processo de alta fermentação. Depois, a cerveja é engarrafada sem pasteurização e permanece em repouso por mais três semanas para que aconteça a re-fermentação dentro da garrafa. A aparência final é de uma cor amarelo ouro e opaco típico das cervejas de trigo belgas.
Minha impressão sobre a Hoegaarden:



hoegaarden2 
Local onde provei: em casa, Canterbury, Kent, UK.
Data: 15 de março de 2009
Cervejaria     Brouwerij Hoegaarden
Estilo     Witbier
Álcool (%)     4.9% ABV

Ingredientes     água, fermento, lúpulo, trigo, coriander e casca de laranja curaçao seca
Site     http://www.hoegaarden.com
Temperatura     2-3°C  de acordo com o rótulo
Copo ideal     Tumbler

notas: [final 3,7]

aroma [1-10]: 6 -> malte de trigo se sobressai, com algumas notas fracas de caramelo ao final. Ainda não consigo identificar muito bem os aromas presentes, mas sinto que existe algo cítrico. Apesar de que a receita diz ter casca de laranja não consigo identificar exatamente isso, muito menos as especiarias.

aparência[1-5]: 4 -> a garrafa por si é convidativa. Formato cheio de curvas, rótulo discreto mas com grande contraste com a cor da garrafa. Deixa bem evidente o nome da cerveja e as letras tem estilo imponente. O logotipo e o nome da cerveja são apresentados em alto relevo na garrafa, o que mostra o  cuidado da cervejaria em não usar qualquer garrafa. Quando colocada no copo ela também te convida a bebê-la. Coloração dourada com média intensidade e fosca, com poucas partículas suspensas, textura leve e fluída, creme branco mas não persistente apesar de não ser típico das Weissbier, mas característico da Hoegaarden, mas também influenciado pelo copo. Muito bonita.

sabor[1-20]: 16-> sabor inicial ácido, pouco doce e bastante cítrico talvez maçã verde ou pomelo, sinto especiarias também mas ainda não tenho paladar tão aguçado para identificar que tipo. Ela é bastante refrescante. O sabor final também é ácido porém mais fraco, suave mas com um pouco de amargor devido ao lúpulo. Com relação ao retrogosto , o sabor de especiarias é evidenciado e a acidez diminui, mas ainda assim acredito que se a acidez fosse menor o sabor seria mais harmônico.

sensação[1-5] 4->: textura e corpo muito leves. O álcool é presente mas numa boa intensidade e a carbonação na medida. Desce muito fácil. Uma excelente opção para matar a sede.

conjunto[1-10] 7 ->: recomendo para momentos que exigem uma cerveja leve, refrescante e cheia de sabor. Essa é uma excelente Witbier.

O fim da diversão

Pois é acabou. Infelizmente acabou.

A vida de mochileiro não tem muito conforto, mas por outro lado é bastante divertido. Além disso consegui finalmente visitar alguns dos lugares que sempre quis conhecer.

Ontem cheguei de Dublin, a capital da República da Irlanda. Essa viagem foi muito cansativa e de certo modo frustrante. Mais detalhes das preripécias e aventuras na Irlanda vou contar nos próximos posts. Peço desculpas aos que estão curiosos por saber os algo sobre Dublin, mas como foi a última cidade a ser visitada, será a última a ser descrita também :( (tudo bem Maikon?)

Lembrem-se que ainda tem Manchester, Liverpool, Bristol, Cardiff e o Stonehenge, necessariamente nessa ordem.

Vou tentar agilizar o processo e antes da próxima viagem já terei escrito sobre essas.

Até o próximo post.