sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O Brasil e a civilização

Você acredita que o povo brasileiro é civilizado?

Esse é um tema muito delicado, pois sempre que generalizamos algo nos arriscamos a cometer injustiças. Vou correr esse risco e dizer que não somos um povo civilizado. Precisamos resolver muitos problemas antes de chegarmos perto de sermos um povo civilizado.

Por que estou afirmando isso? Bem, na realidade tenho muitos motivos, mas vou usar apenas um exemplo para tentar me explicar. Usarei o texto publicado no "Blog do Paulo Sant'Ana" entitulado "Bicicletas pelos ares".

O início do texto é o seguinte:
"O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o prefeito da Cidade Maravilhosa, Eduardo Paes, em viagem à Europa, ficaram abismados quando viram como funciona lá o sistema público de aluguel de bicicletas, integrado às linhas do metrô de Paris.

Por esse sistema, o público aluga uma bicicleta num ponto e pode dispensá-la em outro lugar bem distante, bastando para isso fazer um pagamento nos postos de partida ou chegada.

E resolveram implantar o sistema no Rio de Janeiro, antes mesmo da Copa do Mundo 2014 e da Olimpíada 2016."

Você sabe como o texto continua? Pense um pouco. Tente imaginar o conteúdo dos próximos parágrafos. Se ficou curioso leia a texto completo no "Blog do Paulo Sant'Ana".

Para completar, obviamente não é apenas em Paris que existe esse tipo de sistema de aluguel de bicicletas. Você pode encontrar isso em muitas cidades européias. Nas cidades onde o sistema de aluguél não existe (ou mesmo que exista) o povo faz questão de usar bicicletas como meio de transporte. Rápido, limpo, saudável e muito barato.

É claro que eles tem a infra-estrutura necessária, mas pricipalmente são, em geral, um povo mais civilizado.

Veja três fotos que fiz em Amsterdãm:











Para ver mais fotos de Amsterdãm clique aqui.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sobre Educação

Hoje recebi um texto sobre a educação no Brasil. Algum brasileiro indignado com a situação do nosso sistema de educação não conseguiu se calar. Ainda bem que existem pessoas assim. Infelizmente não sei quem é o autor do texto para dar-lhe os créditos. Ao ler esse texto, é impossível não pensar em diversos outros assuntos que estão em pauta com nossos governantes, como a aquisição de armamentos, os projetos "bolsa qualquer coisa" (algo parecido já foi utilizando há muito tempo lembra? A tal da política do pão e circo), apoio a ONGs de todos os tipos (as quais muitas vezes nem ao menos existem) e muitos outros.

Decidi então publicar esse desabafo (o texto que recebi) aqui no blog e fazer minha parte no sentindo de incentivar a discussão sobre o tema. Espero que vocês leitores reflitam sobre o assunto, tirem suas conclusões e lutem por uma educação de qualidade para todos os brasileiros. Não podemos esquecer que o ensino e a educação para todos é de extrema importância. Porém, tão importante quanto proporcionar isso a todos os brasileiros é permitir que todos tenham um ensino de qualidade e não sejam "semianalfabetos" que representam números nos relatórios do governo.

Aqui vai o texto na íntegra:

"Outro dia, folheando a revista Veja num consultório médico, li uma reportagem bastante interessante que mostrava, com estatísticas, que as crianças de origem asiática, que vivem no Brasil, apresentam um desempenho escolar superior ao dos estudantes brasileiros. O texto explicava que, nas classes onde elas são maioria, o silêncio e a atenção são uma constante. Ouve-se claramente  a voz do professor explicando a matéria. Dizia também que essas crianças dedicam nove horas diárias ao estudo (cinco na escola e quatro em casa) enquanto que as nossas, apenas cinco (as da escola).

Quando chegam em casa, essas crianças pegam seus cadernos, livros e estudam. Fazem os deveres de casa que o professor passa, lêem, treinam equações matemáticas etc. Enquanto os brasileirinhos, em sua  maioria, vagueiam pelas ruas empinando pipa ou jogando bola. Com isso, os asiáticos do nosso país estão conseguindo os melhores postos de trabalho (que são justamente aqueles que exigem maior qualificação e preparo) em empresas com ótima remuneração, assistência médico-hospitalar e condições de ascensão profissional.

E tudo isso me fez lembrar de uma menina brasileira que morava no Japão e veio visitar os parentes que ficaram aqui. A tia dela era Orientadora na escola onde lecionávamos. Certo dia estávamos em nossas classes, tentando dar aula e explicar a matéria para os alunos que, como sempre, só conversavam e brincavam de costas para a lousa ... enquanto  isso, a  tia, nossa orientadora, vagava com a garota pelos corredores da escola, procurando uma classe  mais calma, onde a sobrinha pudesse ficar resolvendo as questões de uma provinha de terceira série que ela (tia) havia preparado, para verificar o aproveitamento e a adaptação da menina na escola japonesa.

Mas a menina ficou aterrorizada com a gritaria dos nossos alunos e preferiu resolver a prova na Biblioteca, alegando que não conseguiria concentrar-se com aquela bagunça ... Perguntamos então o que acontecia, na escola dela, com os alunos que só queriam brincar, não estudavam e não respeitavam o professor em sala de aula. Ela disse que eles eram castigados. Perguntamos então qual era o tal castigo. E sabem o que ela respondeu?

Que não sabia, porque na classe dela nunca havia visto um aluno conversar durante as explicações ou desrespeitar seu professor .... Perceberam a diferença?

Nas escolas públicas, as salas de aula são superlotadas, com até 45 alunos por classe. Para esse auditório, o professor tem que ensinar:
- o conteúdo das disciplinas (Matemática, Português História, Geografia, Ciências) + cidadania + valores + educação sexual + higiene + saúde + ética + pluralidade cultural.

Deverá também funcionar como psicólogo, assistente social, orientador educacional e orientador pedagógico, desempenhando também todos os deveres familiares que a sociedade resolver transferir para a escola.

Nossos alunos dizem que as aulas são chatas e alegam que não gostam de ler, que ler não é divertido .... que jogar bola e empinar pipa é melhor... E todos logo gritam em coro:
- Culpa dos professores que não dão uma aula divertida e atraente para as crianças

O Governo, através das Secretarias Estaduais de Educação, surge em cena alegando que o aluno que temos é assim mesmo e que os professores precisam aprender a ensinar ... Rotula o magistério oficial como “professores nota zero”. O que eles querem esconder é que temos em classe crianças (filhos de eleitores) que recebem o livro didático, cadernos e até mochilas mas “esquecem” em casa para ficar brincando durante a aula ... Crianças que não fazem lição de casa, não estudam e nem sequer prestam atenção as explicações do professor em classe.

Para agradar os pais eleitores, a Secretaria da Educação encaminha os professores para cursos de “capacitação”, alegando que eles não têm mais capacidade para ensinar. Contratam firmas para dar esses cursos que segundo eles, tem o poder de transformar “profissionais  despreparados” em professores criativos, prontos para  dar uma aula eficaz, envolvente, estimulante  e, ao mesmo tempo, divertida, capaz de fazer com que os alunos gostem mais da escola do que das partidas de futebol, mais de leitura do que  dos jogos no computador .... É claro que esse discurso de responsabilizar o professor e varrer a sujeira pra baixo do tapete não vai levar a  Educação a lugar nenhum.
Mas serve perfeitamente para justificar, junto a opinião pública, os baixos salários pagos aos profissionais do Estado, principalmente  de São Paulo que mais arrecada impostos no País.

Imagine que você está doente, vai ao médico e ele prescreve determinado remédio. Você não toma o medicamento, não faz a sua parte e culpa o médico por não melhorar ... Assim acontece nas escolas públicas: o professor ensina e os alunos não prestam atenção, não estudam, não fazem os deveres de casa, como nossos amiguinhos asiáticos. Daí vem o governo e culpa o professor pelo mau desempenho dos “estudantes”.

Para justificar mais uma vez a falta de reajustes e os baixos salários o Governo implantou um sistema de avaliação. Os professores recebem um bônus por produtividade, uma vez por ano, se os alunos estudarem, se os alunos não faltarem, se os alunos não se evadirem, se os alunos ...

E, como o aluno não quer saber de nada, estamos sem reajustes salariais (uns 11 anos). Daí vemos o governador na TV dizendo que pagou seis mil reais de bônus aos professores. Só que se isso fosse averiguado direitinho, a verdade seria descoberta. Para se ter uma idéia, tem escolas onde nenhum professor recebeu bonificação porque... houve evasão, porque o aproveitamento dos alunos não se alterou, e assim por diante! Sem contar que, nesse sistema de bonificação por produtividade, os aposentados, por não terem mais alunos, são castigados e estão sem reajuste há anos (desde que se passou a avaliar professores pelo desempenho dos alunos...)

Ninguém quer sugerir aos eleitores a receitinha  das crianças asiáticas:
- fazer a lição de casa,
- estudar,
- empenhar-se,
- dedicar-se.
- Enfim, fazer sua parte!


A verdade é que o educador deixou de ser modelo para os jovens: ganhamos mal, nos vestimos mal e somos alvo constante da crítica social. Hoje, modelo para os jovens, são os milionários jogadores de futebol, pagodeiros e outros mais que prefiro nem relacionar aqui ...

Vamos combinar, não dá para falar em Educação de Qualidade enquanto o profissional da educação for sistematicamente desvalorizado, tratado  pelo governo, pelas famílias e pela mídia em geral como um inimigo público, um vagabundo etc. Nessas condições, que aluno vai querer ouvir o que uma pessoa assim tem a dizer?

Pedimos a todos que repassem esta mensagem para sua lista de contatos. Não temos voz na mídia e precisamos da internet para que a população saiba o que acontece nas escolas brasileiras."

Enquanto nós pagamos impostos que não são revertidos para os devidos fins como educação, saúde e segurança, nossos compatriotas do MST festeja e passeia por Paris. Não acredita em mim? Veja você mesmo:

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/11/26/mst-acampa-em-paris-244732.asp
http://www.vilammo.com/forum/index.php?showtopic=55585
http://polibiobraga.blogspot.com/2009/11/mst-como-os-bons-selvagens-de.html
http://twitpic.com/nli3l

E quem paga por essas festança? Nós, contribuíntes brasileiros da a classe média (seja lá qual for a faixa da classe média atualmente). Pagamos impostos em proporções injustas, e para que? Para que os "bonitos" do MST celebrem seus fabulosos 25 anos em Paris. Que maravilha!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Paris

O que poderia ser a realização de um sonho virou um pesadelo terrível.


A cidade em si é muito bonita, mas também está longe de ser a última bolacha do pacote, como a propaganda faz parecer. A poluição visual de placas, fios e prédios contribuem negativamente para o visual dos atrativos históricos.


Bem, você, caro leitor, deve estar se perguntando o por que da primeira frase, certo?


Vou tentar justificar em poucas palavras. Mas antes gostaria de deixar bem claro que tudo que for escrito aqui pode ter sido apenas um acaso. Não que eu acredite nisso, mas muito amigos meus foram a Paris e gostaram muito. A nossa experiência, minha e da Thaís nessa cidade foi muito ruim.


Estávamos repletos de boas expectativas, mesmo tendo sido avisados dos problemas linguísticos pois é sabido que os franceses têm um "certo" problema com a língua inglesa. Para tentarmos minimizar esse problema, a Thaís fez algumas aulas de fracês básico de modo que pudessemos começar os diálogos em francês e então sugerir outro idioma dentre o português, o espanhol e o inglês, necessariamente nessa ordem. Com essa "carta na manga" chegamos a Gaie du Nord (Estação de trem do norte de Paris).


Já no primeiro passo para fora do trem senti a diferença no ar. Explico. A atmosfera em Paris não é mesma que nas outras cidades que visitamos, definitivamente não. Povo meio apressado, sem muita educação e cuidado."Mas tudo bem", pensei, "estamos numa estação de trem, e as pessoas normalmente estão com pressa nesses locais".


Próximo passo: comprar os tíquetes para o transporte público. Não foi muito difícil no começo pois encontramos um grupo de jovens que estavam recepcionando os turistas e dando algumas informações. Nesse caso, o rapaz que nos atendeu FALOU EM INGLÊS!! Fantástico! Nossa primeira interação com franceses em terras francesas e conseguimos falar em inglês. Fiquei impressionado e muito mais animado para a visita, já que não tivemos problema de comunicação.


No entanto a alegria durou menos de 5 minutos, tempo em que ficamos na fila para comprar os tíquetes. Assim que chegamos ao guichê, a nossa limitação com o idioma francês veio à tona e as complicações começaram.


Algum tempo depois, chegamos ao hotel, o Ibis Porte Dore. Na recepção, apesar de todos os funcionários serem capacitados para falar mais de 3 idiomas, incluíndo o espanhol e o inglês (e possuírem crachá indicando isso), todos se recusavam a falar conosco em qualquer idioma que não fosse o francês. Inclusive, um dos funcionários usou mímica várias vezes para nos explicar onde ir ou que linha de metrô pegar. Terrível isso.


Durante os passeios na cidade não foi diferente. Mercado, farmácia, panificadora, restaurantes... sempre a mesma coisa. Atendentes mal humorados, mal educados! Sempre groceiros e completamente sem vontade de atender, em especial os garçons. A sensação que tivemos foi a de que eles, os franceses, estavam fazendo um favor em receber os turistas. Impressionante! Especialmente numa cidade tão antiga e que é um dos principais destinos turísticos do mundo.


Tudo isso me faz pensar que perdi 4 dias da minha vida e muita grana indo a Paris. Ficamos 5 dias por lá, e só não me arrependo de um dia, o qual usamos para visitar o Museu do Louvre. Esse sim é espetacular, porém muito grande. Calma não estou reclamando do Museu. Estou reclamando da estratégia que usamos para visitar a cidade. Deveríamos ter ido todos os dias ao Louvre para visitá-lo com calma e apreciar cada seção desse fabuloso local. Um dia não é suficiente para ver nem mesmo um único andar.


Pois bem, não vou mais perder muito tempo escrevendo sobre Paris afinal, como já havia dito, já desperdicei dias suficientes da minha vida com essa cidade. Vou sim, dar algumas dicas para que você não tenha a mesma experiência que tivemos, caso vá a Paris.


- Primeiro, vá com algum francês;
- Segundo, tenha bom conhecimento do idioma local. Se não for fluente ao menos consiga se comunicar bem;
- Terceiro, passe uma semana em Curitiba no Paraná antes de ir à França, pois lá em Curitiba as pessoas em geral são quase tão bem humoradas e educadas quanto na França. Com isso você pode fazer uma espécie de ambientação mais econômica e com melhor comida;
- Quarto, vá com muita grana e selecione um bom hotel. Talvez pagando mais você seja melhor atendido;
- Quinto, não perca tempo e dinheiro visitando as Catacumbas de Paris;
- Sexto, vá ao Louvre e à Ópera Nacional de Paris;
- Sétimo, faça ao menos 6 meses de yoga como exercício de preparação mental, o que deve lhe ajudar a ser mais tolerante;
- Oitavo, não crie muitas expectativas boas. Assim, diminuem as chances de decepção;
- Nono, se tudo isso for muito trabalhoso ou caro, vá para Viena a capital da Áustria. Lá tudo é muito mais bonito (inclusive o Palácio de Versalles não chega aos pés do Palácio de Schönbrunn em Viena) as pessoas são educadas e gentis, e finalmente, o custo é muito menor.


Me desculpem os franceses que são diferentes do que relatei aqui. Estou escrevendo isso porque conheço duas garotas francesas que são realmente bem diferentes do que descrevi nesse post, inclusive as duas não gostam de Paris e concordam em parte com meu ponto de vista.


Não poderia esquecer, eles tem sim dois pontos muito positivos:
1) a panificação é excelente; e
2) os vinhos são realmente muito bons.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Edimburgo

Quando planejamos a viagem para Edimburgo pensamos em ficar por lá apenas 3 dias, já que, segundo rumores, a cidade não tem muito a oferecer além do Castelo. Porém o que vimos por lá foi muito mais do que o Castelo. A cidade toda é muito interessante, com um humor muito peculiar e muitas atividades a qualquer hora do dia ou da noite. As dezenas de vielas e ladeiras escuras e muito estreitas guardam segredos seculares e muitas histórias de drama, terror e mesmo fantasias com fantasmas que, segundo os mitos locais, são verdadeiros e atraem um grande número de turistas à cidade. A arquitetura da cidade também é muito interessante, com muitos prédios históricos, algumas igrejas bonitas e, obviamente, um grande castelo medieval muito bem preservado até os dias de hoje.

Destacamos aqui três lugares muito interessantes para se visitar em Edimburgo (mas gostaríamos de lembrar que existem outros atrativos também muito legais): 1) o Castelo de Edimburgo, 2) a Catedral de St. Giles, e 3) O trono de Arthur.






1) O Castelo de Edimburgo é uma fortaleza medieval muito imponente que se destaca no coração da cidade, sobre uma grande rocha chamada Castle Rock de origem vulcânica (na verdade ,segundo geólogos, já foi um vulcão ativo), mas atualmente 'apenas' um suporte para o castelo. Os primeiros sinais de ocupação humana nesse sítio datam do século 9 antes de Cristo. Como símbolo da realeza e moradia real, foi fundado no século 12 e continuou a ser utilizado como residência real até a junção das coroas em 1603, quando a Escócia se uniu à Inglaterra, marcando a ascensão de James IV, Rei da Escócia, ao trono da Inglaterra.

Por ser uma das mais importantes fortalezas do reino da Escócia, o castelo foi alvo de diversos conflitos, sendo atacado, invadido e conquistado, assim como reconquistado, diversas vezes. Apenas alguns dos prédios atuais foram construídos antes do século 16, quando muitas das fortificações medievais foram destruídas por artilharia e bombardeios em uma das grandes batalhas em que o castelo foi o alvo principal. Dentre as edificações que ainda resistem estão a Capela de St. Margaret (construída no século 12), o Palácio Real e o Grande Salão (construído no início do século 16).

Já ao final do século 17 o castelo foi transformado em uma base militar. Atualmente o castelo é considerado a segunda atração mais visitada na Escócia, possui  muitas atividades e é palco de muitos eventos e festivais, sem contar os diversos museus localizados no seu interior.

Dentre todas as atrações que você poderá ver no castelo, uma delas nos impressionou muito: o Memorial da Guerra, um prédio que guarda muita história, objetos e símbolos em homenagem aos homens e mulheres que morreram em nome da Escócia na Primeira Guerra Mundial. Quanto à sua origem, foi inicialmente uma igreja medieval (St. Mary's Church), transformada em armazém de armas em 1540. Em 1755 foi demolido para a construção de alojamentos para os soldados,  finalmente desocupado em 1923, e então adaptado para que pudesse abrigar  o atual Museu Nacional da Guerra.

O Museu foi oficialmente inaugurado em 14 de julho de 1927. Tudo dentro desse Museu é fantástico. Esculturas, pinturas, inscrições, símbolos e brasões. Porém, não é permitido fotografar.  Por mais que pareça irônico, a sensação de paz é imensa, mesmo  se tratando de um museu que foi construído para lembrar a guerra. Ok, ok, não foi construído para lembrar a guerra, mas sim para homenagear os que lutaram nas guerras em nome da Escócia. Ainda assim, não há como não pensar em guerra ou  violência enquanto se visita esse local. Engraçado isso, pois mesmo pensando em todas as atrocidades que ocorreram durante as batalhas, a melhor maneira de descrever a sensação dentro desse prédio é paz. Os funcionários encarregados de cuidar do local são muito atenciosos e bem informados. Pedimos explicações sobre algumas obras e a senhora que nos atendeu contou-nos um pouco da história do local. A Thaís chegou a ficar emocionada. Quem a conhece sabe que ela chora à toa, mas neste caso realmente não foi exagero. Ah, nem tente tirar fotos, pois esses mesmos funcionários atenciosos estão sempre atentos e, como em todo Reino Unido, zelam para que as regras sejam cumpridas à risca. Chegaram a retirar do local um grupo de turistas que estava fazendo bagunça, tocando nos objetos e fotografando.


2) St Giles' Cathedral






A Catedral foi fundada no início do século 12, por volta de 1120 --- não tenho certeza da data exata :'( --- na praça do Parlamento e em meio à tão famosa Royal Mile, praticamente no meio do caminho entre o Castelo de Edimburgo e o Palácio de Holyroodhouse. No século 16 a catedral  sofreu grandes mudanças, quando John Knox instaurou a Reforma Religiosa da Escócia dando início ao Presbiterianismo. Knox foi ministro da igreja entre os anos de 1559 e 1572. A catedral teve importante papel não só religioso, mas também como centro político de Edimburgo durante a idade média.

Em 1385 a igreja foi incendiada, sendo reconstruída nos anos seguintes. Assim, muito do interior da igreja atual , inclusive as diversas capelas,  foram construídas ao longo dos últimos 6 séculos , fazendo com que, tanto a arquitetura da igreja como o seu tamanho, sofressem alterações significativas.

São muitas as capelas no entanto uma delas nos chamou mais atenção. Não por ser maior, mais bonita, mais clara ou mais escura, ou mesmo por ter aspectos arquitetônicos diferenciados. Nada disso, foi pela importância histórica e pelo que ela representa ao povo escocês. Situada no canto direito ao fundo da nave  (área central de uma igreja onde se reúnem os fiéis para assistirem a missa), guardada por uma antessala escura, com teto decorado com brasões e diversas pequenas esculturas em formato de flores e folhas, murais de pedra nos quais estão inscritos os nomes de ilustres personagens que marcam a história da igreja, como Príncipe Albert, Rei George IV e Rainha Victoria. Ao fundo dessa antessala há uma outra entrada guardada por quatro pequenos anjos, a qual dá acesso à Capela da Ordem de Thistle, uma ordem da Cavalaria da Escócia, comandada por ninguém menos que a Rainha. Esta é a capela da mais antiga ordem de cavaleiros e nobres da Escócia. É pequena, mas imponente, com muitos detalhes e símbolos que representam as famílias de cavaleiros que tiveram a honra de compor a Ordem de Thistle, a qual foi criada em 1687 por James VII e consiste de apenas 16 cavaleiros, os quais são escolhidos pela rainha e são, normalmente, escoceses que fizeram significativas contribuições para o país. Ainda hoje, os cavaleiros se reúnem com a rainha nessa capela em algumas datas importantes todos os anos, como nos antigos tempos medievais, e ali cultuam não só Deus e santos, como também a rainha.

3) O trono de Arthur






Para não faltar um pouco de esporte durante uma visita à Escócia, decidimos fazer uma pequena caminhada vulcão a acima, digo, morro acima. Situado no Holyrood Park, está mais um vulcão extinto, ao qual os escoceses deram o nome de Arthur's Seat, ou Trono de Arthur. São apenas 250 metros de altitude, mas com inúmeras trilhas que levam ao topo. Algumas dessas trilhas são relativamente simples enquanto outras são bem mais complicadas. Nós subimos o morro na raça mesmo, sem nenhum guia ou livreto que pudesse nos indicar a dificuldade das trilhas. Simplesmente subimos a primeira trilha que encontramos. Não estava tão difícil, até que começou a chover mais forte. Ficamos alguns minutos parados na chuva, pois estava um pouco arriscado subir. Depois de uns 20 minutos a chuva nos deu uma trégua, e apesar dos conselhos que recebemos (para não subir) de algumas pessoas que estavam descendo o morro, decidimos continuar. Já a uns 200 metros de altitude tivemos que trocar de trilha, pois a que estávamos seguindo seria impossível continuar devido à chuva. Bem, mas alguns minutos e lá estávamos nós. No topo do Trono de Arthur. Toda a trilha é muito interessante, com uma vista maravilhosa, mas que não se compara com a vista que tivemos quando chegamos ao topo. Realmente vale a pena subir e ficar por lá alguns minutos. Pude imaginar o que sentem as pessoas que escalam aquelas montanhas enormes. A sensação de liberdade é imensa, parece que se está tocando o céu. Isso porque é um morro de apenas 250 metros, imagine escalar uma montanha de verdade.

Um conselho para quem decidir subir o morro:  não esqueça o casaco, pois o vento lá em cima pode tornar o ambiente bem frio.

Tenho que falar ainda do hostel em que ficamos. Chama-se Budget Backpackers (http://www.budgetbackpackers.com). Recomendo. É limpo, bem localizado, organizado e bem humorado. O símbolo do hostel é um burro. Há vários quadros ao longo dos corredores com o burro em situações engraçadas em vários pontos turísticos do mundo, inclusive no Brasil. A Thais nunca tinha ficado em um hostel e curtiu bastante esse. É bem grande, tem 2 prédios, um de cada lado da rua, com 3 andares cada. Em cada andar tem 1 banheiro feminino, 1 masculino e 1 misto, todos limpos. O banheiro misto tem secador de cabelo (imprescindível para as mulheres mochileiras). Existe também 1 cozinha por andar, sendo que a do 1º andar fica aberta 24 horas. Tem também uma lavanderia com tanque, máquina de lavar e secar (que funcionam com moedas), ferro e tábua de passar roupa. As camas são confortáveis. Há toalha de banho para locação. Na recepção trabalham pessoas bem jovens e simpáticas. Só inglês deles não é muito fácil de entender (segundo a Thaís). Para mim, o que difere é a velocidade com que eles falam e a terminação das palavras, mas nada de assustador como muitos pensam.

Em resumo, Edimburgo é nota 10. O povo (e os turistas também...) é receptivo e festeiro (e põe festeiro nisso!). As pessoas são educadas e normalmente prestativas além de bem amigáveis. Além disso, encontramos dois detalhes importantes, a carne é muito melhor que na Inglaterra e existe uma cerveja escocesa excepcional, chamada ab-blonde, feita pela cervejaria Arran, situada na ilha de Arran, território escocês. Experimente!



Festa na chegada também

Cheguei, tomei café-da-manhã no aeroporto e fui ao meu antigo apartamento, no qual meu antigo quarto agora é ocupado por outro amigo.
Pensei em descansar para poder curtir a noitada paulistana com os amigos, mas não rolou. Ficamos de papo e organizando as atividades do dia como encontrar uma churrascaria, planejar a “Jam Session” e tudo mais.

Escolhemos uma churrascaria que fica do outro lado da cidade, e isso para São Paulo significa uma hora dirigindo quando o trânsito está bom. Para a nossa felicidade o trânsito estava bom :)

Comi muito. Na verdade só parei quando meu estômago deu sinal de jogar a tudo fora por falta de espaço. Fazia tanto tempo que não comia uma boa carne ....

Depois do almoço a famosa modorra. Ô vontade de dormir. Finalmente as 4 da tarde pensei em tirar uma pestana. Durou 15 minutos, pois tivemos que sair para comprar as bebidas para a “Jam Session”.

As 21:00 hs começou a bebedeira com muita música ao vivo no saguão do prédio do Jão. E eu? Eu a 62 horas sem dormir .... digo, com apenas 15 minutos de cochilo. Mas tudo bem, com cerveja e música fica fácil de agüentar.

Saímos para a tão esperada balada. O local: Diquinta em Sampa. Uma casa de samba-rock. Muito loco, bem divertido e alegre. Ritmo genuinamente brasileiro e muitas pessoas com suingue na veia. Ficamos até as 3:30 da madruga com direito a show de dança do Maikon e do Zappa. Mas enfim descobri que não sou de ferro e pedi para galera para irmos para casa.

Chegamos em Moema, pegamos minhas malas e os instrumentos musicais do Zappa e do Maikon e zarpamos para Campinas. Na estrada estava complicado, o sono e a fome apertando. Para chegar em Campinas a salvo o Zappa estava usando uma estratégia estranha mas que funcionou bem. Ele estava  batendo no próprio rosto para ficar acordado e não bater em outro carro.  Uma beleza. Mas enfim, as 7 da manhã em casa. Agora dá para dormir, né? Não! não dá mesmo. Tinha o workshop de samba na Unicamp. O Maikon me inscreveu em 3 das aulas, cada aula de uma hora e meia, e a primeira começou as 9:30 da madrugada!!!!!

Mas é claro que aproveitei as duas horas que tive para dormir, pois já se iam 72 horas com apenas um cochilo. As 9 estava de pé novamente e entre 9:30 e 10:00 lá estava eu na minha primeira aula de dança. Samba no pé mermão! Legal, deu para levar. Aprendi algumas coisas que espero me lembrar da próxima vez que sair com a galera.

As 4 da tarde eu morri. Joguei a toalha. Não agüentava mais ficar em pé e nem mesmo pensar. Fui para casa, mas ao invéz de dormir tive que arrumar as malas. É bom lembrar que o limite de bagagem em vôos comerciais aqui no Brasil, sem pagar excesso de bagagem é de 23 kilos apenas. Eu tinha aproximadamente 62 kg sem contar a bagagem de mão! Fiz o que pude para diminuir e deixar algumas coisas na casa do Maikon. Essa tarefa consumiu muito tempo e não consegui dormir.

As 21 hs o Maikon chegou para me levar ao aeroporto. Em cima do laço. Para ajudar, ele perdeu a entrada do aeroporto e acabamos chegando atrasados. Mas como estamos no Brasil, fila para o check-in, fila para pagamento do excesso de bagagem e vôo atrasado. Ê maravilha. Percebi que estava mesmo no Brasil.

Próximo passo foi esperar o vôo sem cair no sono, ir até Curitiba sem dormir, pois tinha que trocar de avião em Curitiba senão iria parar em Maringá e, então, esperar mais alguns minutos para chegar em Foz do Iguaçu. Quase lá!!!!

Consegui, não dormi e ainda aproveitei para ler uma revista muito legal da Gol. Super entretenimento. Vôo super agradável sem contar o show de aterrissagem do piloto da Gol, nunca vi algo tão ruim. Faz parte.

Cheguei as 2:30 da manhã em casa, meio morto meio vivo, mas cheguei e fui dormir apenas as 4. Foram apenas (aprox.) 92 horas sem dormir direito, mas com direito a 2 horas e 15 minutos de cochilos.

O esforço valeu muito a pena, pois foram duas despedidas com muita cerveja belga e Sambuca, rever os amigos, almoço especial na chegada, “Jam Session” com a galera, mais uma festa a noite paulistana, viagem para Campinas e até aula de samba. Quer mais que isso? Para fechar com chave de ouro, cheguei ao aeroporto e reencontrei minhas três mulheres: minha mãe, irmã e namorada!

Final feliz, cansado, mas muito feliz!


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sorte para viajar

Após tantas horas de sofrimento, angustia e sem dormir (apenas 36 horas sem dormir) pensei que chegaria na poltrona e apagaria durante as 12 horas de vôo até o Brasil. Na realizada eu esperava isso, pois assim que desembarcasse em Guarulhos um amigo estaria me esperando para dar uma carona e depois procurarmos uma boa churrascaria para matar a saudade de carne de verdade. Doce ilusão! Para variar eu esqueci e pedir para a atendente no check-in selecionar uma poltrona do corredor ou da janela e ela foi gentil o suficiente para não fazer sem a minha solicitação. Ou seja, fiquei na poltrona do meio. Até aí tudo bem, o problema foi quando cheguei na poltrona. Estava lá um senhor relativamente grande (para os lados) sentado na poltrona do corredor. Ele ocupava a poltrona dele e metade da minha. Complexo, mas piorou em seguida quando chegou uma rapaz, ou uma moça ou ... tudo bem vai. Não tenho tantos problemas quanto aos homossexuais desde que respeitem o espaço alheio, o que é bem difícil numa poltrona de avião na classe econômica :(

Para resumir as 12 horas de vôo, não consegui dormir pois o rapaz estava com algum problema na bexiga e a cada hora tinha que levantar para ir ao banheiro. Nos momentos que ele não estava me importunando para levantar ele estava praticamente caindo sobre mim "dormindo". Enquanto isso, do outro lado, o senhor tipicamente inglês e com mais de 100 kilos não me dava espaço para controlar o sistema de entretenimento, pois o controle fica no "braço" da poltrona, no qual ele estava apoiando o cotovelo . Isso foi bem divertido, pois a cada 10 minutos ele aumentava ou diminuía o volume do "meu sistema", ou parava o filme, as vezes até colocava na rádio ... coisa de loco! Foi bem divertido eu ter que pedir licença para ele para eu poder escolher o filme ou pedir para ele não aumentar o volume. Muito legal mesmo.

Está aí! eram 36 horas antes do vôo. Mais 12 horas de vôo e o resultado, se a tia Júlia me ensinou direito lá na primeira série, são 48 horas sem dormir, e uma festança me aguardando em Sampa.

Detalhe: dessa vez eu fiquei bem longe do vinho oferecido no vôo por dois motivos, primeiro ainda estava meio bêbado e segundo, não queria ficar mais bêbado como no vôo de ida :)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A volta não poderia ser tão diferente ...

E finalmente chegou o dia de retornar à terrinha, rever a família, a namorada, os amigos e, obviamente, o sol. Opa, sol? Como assim? Todos os dias chove por aqui, está parecendo a Inglaterra com 30 graus a mais. Que isso, já vi o sol sim e já senti os efeitos do verão em Foz do Iguaçu. Verão sim, pois primavera deveria ser amena, não?

Pois bem, o último mês na Inglaterra não foi dos mais "movimentados" ou "aventureiros", talvez pela ansiedade para retornar ou talvez pela infecção nas amídalas eu acabou por quase me matar de fome e sede. Ou ainda devido ao sistema médico da Inglaterra que me fez tomar paracetamol por 10 dias sendo que eu precisava mesmo era de um antibiótico.

Os dias foram passando e eu me preparando para retornar. Claro que antes disso eu tinha muitas tarefas a serem cumpridas. Mas para que falar de coisas chatas ? O que interessa mesmo foram as duas despedidas com os amigos. Na primeira algo mais tranquilo, com um pessoal que não bebe muito. Resultado, não fiquei bêbado e até consegui dormir sem muitos problemas com o mundo que estava em alguns momentos girando em outros nem tanto. Porém no outro dia teria mais uma, e dessa vez o grupo era um pouco diferente. Então com umas cervejas a mais e umas doses de Sambuca, a minha impressão foi de que o motor que faz a terra girar ganhou pelo menos uns 1500 HP.

A noite foi tensa, ou melhor o que restava da noite depois de tomar todas. Para ajudar eu tinha que terminar de arrumas as malas pela manhã e viajar para Londres carregado com duas malas de 32 kilos e uma "mala de mão" que pesava nada menos que 14,5 kg. Obviamente preocupado com essa mala menor, pois o limite de peso para o voo era de 7 kg. Mas tudo bem eu pensei, faço uma cara de que ela está leve, tento disfarçar o cansaço e eles nem vão pedir para pesar. Essa era a minha esperança.

No entanto, ainda faltava muito para chegar a hora do check-in. Até lá foram 5 horas de ônibus até o aeroporto, não por ser longe, mas devido ao trânsito londrino muito semelhante ao de São Paulo. Chegando ao Heathow, foram uns 20 minutos de caminhada com toda a bagagem nas mãos pois não encontrei um carrinho livre para pôr as malas e ficar um pouco mais sossegado. Para ajudar e melhorar o meu humor, vi várias pessoas passando por mim com carrinhos e uma "mala de mão" sobre o mesmo. QUE RAIVA. Enquanto isso, eu parecendo um burro de carga.

Cheguei na estação de trem do aeroporto. Mais alguns minutos no trem para chegar ao terminal 5 e, finalmente, passar pelo check-in. Detalhe, a maquina para fazer o check-in não aceitou meu código de reserva. Pensei: "fudeu!" Com o bilhete e um monte de malas nas mãos, no entanto sem autorização para embarcar. No fim o problema não existia, era apenas um bug qualquer naquela máquina "mardita".

Na hora do check-in veio o outro medo, na verdade dois. Explico: 1) o peso da minha bagagem de mão, apenas o dobro do permitido. Mas essa passou tranquilamente, pois a atendente não verificou o peso; e 2) a companhia aérea que eu viajei é a British Airways, campeã de perda de bagagem. Por que fiquei com medo? Pelo histórico da companhia, mas principalmente pelo fato de que a atendente no check-in despachou uma das minhas malas apenas e me disse para ir em outro lugar no aeroporto para despachar a outra. Parece loucura? Sim, parece. Mas na verdade é neura de inglês. Uma das minhas malas estava com 30 kilos e a outra com 32 Kg. As malas acima de 30 kilos não podem ser despachadas naquele guichê devido ao programa de segurança no trabalho que eles usam com os funcionários. Então tive que levar a mala mais pesada até outro guichê. Isso na minha visão aumentou em vários pontos percentuais as chances da minha bagagem ser extraviada.

Em fim, descanso. A partir daí poderia sentar a apenas esperar pelo horário do voo. Tomando um suco de laranja artificial e comendo Pringles. Que jantar!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Gerenciamento do tempo

Poxa vida, como eu gostaria de aprender a gerenciar o tempo e ser mais eficiente com minhas atividades. Talvez esse seja o desejo de muitos hoje.

Temos tanto trabalho e tantas "tarefas laterais" atualmente que acabamos por esquecer ou mesmo não encontramos um tempinho para as atividades não menos importantes mas não tão urgentes.

Ano passado eu vi algum artigo escrito por algum "físico maluco" (de acordo com os críticos e com a visão dos seres humanos normais) cuja mensagem principal era o encurtamento do tempo. De acordo com o autor dessa teoria, o tempo antigamente "passava" de acordo com uma medida (que não sei explicar!) de 12 alguma coisa, mas atualmente essa medida é de 9 alguma coisa.

Não sei se ele está correto com essa teoria, e também não sei se as pesquisas dele são realmente fidedignas, mas posso afirmar que a sensação de que e o tempo está mais curto é real. Muitas vezes acredito que o dia não tem mais 24 horas, mas algo em torno de 15 apenas.

Sendo assim, penso que precisamos aprender a gerenciar melhor o nosso tempo. Para aprender como fazer isso existem muitos livros, palestras ou vídeos online que podemos utilizar.

Sugiro um vídeo muito bom, de uma palestra ministrada pelo Professor Randy Pausch da Universidade de Carnegie Mellon nos Estados Unidos da América. Basta clicar no link: Time Management



sábado, 12 de setembro de 2009

Visita a Nottingham ... a terra do Robin Hood

Workshops não significam apenas trabalho!
Entre os dias 7 e 9 de setembro estive em Nottingham, UK, participando do UKCI'09 - The 2009 UK Workshop on Computational Intelligence, University of Nottingham. Submeti um paper descrevendo algumas idéias iniciais que estou trabalhando no meu doutorado. O paper foi aceito e então fui participar do workshop e apresentar as minhas idéias.
Ao contrário do que muitos pensam, participar desse tipo de evento não é apenas "trabalho" ou presenciar as infinitas sessões de apresentações e palestras ministradas pelos "cobras" de cada área específica. Muito mais do que isso, esses eventos proporcionam contato com outros pesquisadores, criação de parcerias e colaborações para trabalhos futuros e também muita diversão, lazer e cultura.
Neste workshop especificamente, tive a oportunidade de conhecer alguns pesquisadores com os quais já comecei a trocar figurinhas sobre algumas técnicas que utilizamos. Mas, melhor do que isso, tivemos um jantar super descontraído em um local muito interessante e importante de Nottingham, o "Trent Bridge Cricket Ground", regado a muito vinho Francês da região de Languedoc (sul da França). Este local é um estádio internacional de críquete, fundado em 1830 e que guarda muitos fatos históricos de grandes jogadores, considerados verdadeiros ídolos nacionais. Apesar deste esporte não ser muito famoso no Brasil, aqui na Inglaterra é tão importante quanto o futebol.
No entanto, foi no último dia em que estive na cidade que pude aproveitar mais e conhecer um pouco da história de Nottingham, famosa principalmente pelo herói-vilão Robin Hood e seu bando.
Visitei o Castelo de Nottingham construído em 1067 por “William the Conqueror”[1]. Em 1170 transformou-se na principal fortaleza real da região de Midlands (região central da Inglaterra), quando o rei Henrique II mandou substituir a rústica construção de madeira por uma fortificação em pedra. Foi também um local de lazer e caça para a realeza, devido à proximidade com as florestas Peak, Barnsdale e Sherwood[2].
Enquanto o Rei Richard, o “Coração de Leão”[3], e muitos nobres ingleses estavam fora da cidade participando das Terceiras Cruzadas [4][5], o castelo de Nottingham foi praticamente abandonado por um longo tempo até ser ocupado pelo Sheriff de Nottingham, o qual era responsável por manter a ordem na região e recolher os tributos ao rei enquanto este estivesse nas batalhas. De acordo a lenda de Robin Hood, o castelo foi o local da cena do último “embate” entre o Sheriff e Robin Hood.
O castelo foi restaurado por Charles II em 1660 e, mais tarde, entre 1675 e 1679, Henry Cavendish, segundo Duque de Newcastle, ordenou a construção da mansão ducal sobre as fundações mais antigas do castelo.
Atualmente o prédio principal do castelo é uma galeria de artes, principalmente voltada às pinturas e trabalhos gráficos que retratam a história da Inglaterra. Essa galeria possui um acervo fixo mas também recebe diversas coleções de arte para exposições temporárias.
Quanto ao Robin Hood e seu bando, deixarei para o próximo post!
[1] http://en.wikipedia.org/wiki/William_the_Conqueror
[2] http://en.wikipedia.org/wiki/Sherwood_Forest
[3] http://en.wikipedia.org/wiki/Richard_the_Lionheart
[4] http://pt.wikipedia.org/wiki/Terceira_Cruzada
[5] http://en.wikipedia.org/wiki/Third_Crusade

Finalmente novidade!

Meu último post foi em 15 de junho, e apenas agora, quase três meses depois estou conseguindo me organizar para escrever novamente.
Nesse período a Thaís veio me visitar e fizemos uma viagem fantástica por algumas cidades da Europa. Começamos por Viena na Áustria, seguimos para Bratislava na Eslováquia. Após, fomos para Frankfurt na Alemanha, então Frankfurt novamente (isso mesmo ... explicarei melhor depois). Após 4 dias viajamos para Brugge na Bélgica, de onde saímos com destino à Paris e, finalmente, Edimburgo na Escócia. Depois de alguns dias de descanso em Canterbury, fomos visitar o castelo de Dover que fica na cidade de Dover, litoral sudeste da Inglaterra, na região de Kent. Obviamente não poderíamos deixar de visitar Londres, já que estávamos tão perto. Pena que não tivemos o tempo que gostaríamos para desfrutar mais dessas cidades maravilhosas.....
Pois bem, este é o primeiro de uma série de posts que vou preparar com a ajuda da Thaís (espero) descrevendo nossas experiências por essas cidades, algumas dicas para futuros viajantes e, se tudo correr conforme o esperado, alguns fatos históricos. Mas ao invés de seguir o caminho natural ou a sequência cronológia da viagem, vou começar pelo final e deixar por último a mais grata surpresa.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Copos & copos

Quem gosta de cerveja de verdade e não bebe apenas por beber ou pelo fator social, característica marcante dessa bebida, sabe que existem diferentes tipos de copos para cerveja, e que cada copo realça uma determinada característica, usualmente relacionada ao aroma e sabor da cerveja. Pensando nisso vou dar umas dicas aos meus caros leitores para que vocês possam apreciar todo o potencial das cervejas que bebem.
E caso vocês não acreditem muito nessa coisa de copo influenciar o sabor ou aroma da cerveja, façam um teste. Pode ser difícil notar as diferenças no começo, mas é apenas uma questão de treino. Outro detalhe interessante dos copos é a apresentação. Sabe aquela coisa de cartão de visitas? Ser apresentável? Se vestir bem para conquistar aquela gatinha, ou no caso das mulheres, vestir-se bem e fazer uma bela maquiagem para ofuscar a beleza das outras? Então, isso se aplica para as cervejas também. Quando é utilizado o tipo certo de corpo para a cerveja escolhida, além do aroma e sabor, o primeiro olhar também é influenciado. Isso porque o formato do corpo além de deixá-la mais atraente, afeta diretamente no tempo de persistência do creme (popularmente chamado de espuma).
Pelo que sei essa história toda de copos começou na Bélgica, onde cada cervejaria produzia os copos específicos para as suas cervejas, de modo que suas características fosse realçadas e que sua marca/imagem fossem divulgadas. Mas temos que concordar que uma cerveja bem apresentada faz muita diferença no momento da degustação.
Já o aroma é uma das principais características da cerveja, e para mim a mais difícil de identificar. No momento em que os copos são desenhados ou projetados, consideram-se os aromas para que, segundo o fabricante, o formato do copo ajude a realçar o bouquet da cerveja. Com isso, nós apreciadores ganhamos muito mais sabor e prazer ao degustar uma cerveja.
Vejamos os tipos mais comuns de copos e algumas anotações:
white_board3
  • Copo para cerveja Pilsner, como o próprio nome indica, é ideal para as cervejas dos tipo Pilsner, as mais comumente encontradas no Brasil (Skol, Antártica, Kaiser e tantas outras).
  • Copo para cerveja Lager usualmente utilizado para o chope. Muito conhecido no Brasil como tulipa. No entanto, não confunda esse tipo de copo com o tulipa. Veja abaixo.
  • Copo caldereta, comumente usado para servir chope em algumas cervejarias, mas pode ser utilizado também para English e American Ales ou para algumas Lagers escuras. Seu tamanho possibilita servir um volume pouco acima de 300 ml.
  • Pint, também chamado de Becker, é o copo mais comum em pubs ingleses e irlandeses, pois é simples, barato e comporta um grande quantidade de cerveja (568.26 ml). Ideal para as cervejas do tipo Bitter e Stouts.
  • Copo tipo Weizen, mais um que o nome já diz muito. É ideal para cervejas do tipo Weiss, as de trigo (veja o post sobre esse estilo de cerveja), especialmente as alemãs. O tamanho e formato são interessantes pois facilitam a "pegada" e possibilitam que todo o conteúdo de garrafas de 500ml sejam colocados no copo, incluindo o fundo com as leveduras, e ainda sobra espaço para a espuma, como manda a tradição do estilo.
  • Copo de cerveja tipo Tulipa é ideal para cervejas que possuem bastante creme, como a Duvel e outras Strong Ales belgas. O desenho é baixo e elegante, permitindo também observar a evolução do creme. A Tulipa parece mais com uma taça de conhaque, porém com a boca do copo virada para fora.
  • Cálice para cervejas Trapistas. Na Bélgica é chamado de Goblet, e foi idealizado para saborear as grandes trapistas belgas. Também podem ser usados com os estilos Dubbel, Tripel e Quadrupel.
  • Copo de cerveja tipo Flauta para cervejas Lambic. Mais usados para beber espumantes e champanhes, mas são ideais para cervejas do tipo Faro, Lambic, Gueuze ou as champegnoises, como a belga Deus e a brasileira Lust. O fato de serem esguios possibilita que o creme demore mais para se dissipar.
  • Copo de cerveja tipo Caneca, ou melhor, o velho e bom canecão de chope.
  • Copo de cerveja tipo Mass, que é uma caneca muito usada na Alemanha. É o típico canecão alemão no qual você pode colocar até 1 litro de cerveja. Ideal para quem bebe rápido ou não se importa com a temperatura da cerveja.
  • Copo de cerveja tipo Yard. Esse é um dos copos mais estranhos. Conheci quando um amigo pediu por uma cerveja Kwak num restaurante aqui em Caterbury. Apesar de estranho a idéia é interessante pois não há contato da mão com o copo, o que faz com que a cerveja permaneça mais tempo na temperatura ideal.
  • As taças não estão ligadas a nenhum estilo em específico, mas são cada dia mais usados com cerveja, seja pela elegância que confere, seja pela ergonomia que oferecem.
  • O Tumbler é geralmente utilizado para beber cervejas tipo Witbier, com o a Hoegaarden. Estas cervejas não formam muito creme e por isso o copo não precisa ter uma boa curvatura ou a boca fechada.
  • Os copos cilíndricos normalmente são usados para cervejas Kölsh e Altbier.
  • Copos de Conhaque têm sido utilizado com as Barley Wines, Eisbock e Imperial Stouts (cervejas fortes). São ótimos para capturar os aromas, permitindo agitar a cerveja em movimentos rotativos leves.
Encontrei uma figura no site da Duvel onde são apresentados alguns tipos de copos relacionados com os seus respectivos tipos de cervejas. Nesse caso são consideradas as cervejas belgas:
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domingo, 14 de junho de 2009

Privacidade ... ô coisa boa

Depois de cinco meses morando no alojamento da universidade no meio de um monte de alunos de gradução bagunceiros (já fui assim também), eu encontrei uma casa legal. Desde o dia 30 de maio estou morando nessa casa, uma república mista na qual por enquanto somos em 3 pessoas, eu, uma alemã e uma norueguesa. Mas essa configuração ficará apenas até primeiro de agosto, pois um austríaco vai substituir a alemã. É como trocar seis por meia dúzia (hehehe).
Com essa mudança perdi algumas mordomias como estar dentro da universidade e ao lado da academia, mas por outro lado ganhei outras como ter minha privacidade e estar perto do super mercado. O problema é que a despesa dobrou.
Faz parte! como diria o digníssimo Renato Bobsin Machado.

sábado, 13 de junho de 2009

Dublin, República da Irlanda

Dublin, Dublin .... o que dizer dessa cidade?
Esperei propositadamente um bom tempo para escrever sobre Dublin. Tive uma impressão muito ruim dessa cidade e por isso estava esperando um tempo para ver se isso passava. Mas não, não passou!
Ao menos posso dizer que foi a única que cidade européia que visitei e me senti no Brasil. Pois é, gente, a sensação de insegurança é grande. Mas vamos por partes.
Ainda no avião, sobrevoando a costa leste da República da Irlanda eu me sentia super animado. Apesar do tempo chuvoso ainda era possível ver algumas áreas ensolaradas.
Mas a animação começou a diminuir logo no aeroporto. Como eu queria visitar as muitas atrações turísticas da cidade optei por comprar o "Dublin Pass", um cartão que dá acesso livre a praticamente todas as atrações da cidade e alguns outros benefícios como descontos em bares e restaurantes, brindes em museus e galerias de artes, sem contar a possibilidade de "furar a fila", pois quem compra o cartão tem prioridade. Um outro benefício que o cartão dá aos seus usuários é o transfer "gratuito" do aeroporto ao centro da cidade.
Até aí tudo muito bom. O detalhe que me fez desanimar um pouco, e acredito que aconteça com todos os turistas que optam pelo cartão, é que se você usar o transporte do aeroporto ao centro da cidade o seu cartão é ativado. Qual é o problema nisso? Bem, quando alguém compra o cartão deve escolher o número de dias que quer utilizar e isso, obviamente, afeta o valor do cartão. A partir do momento que o cartão é ativado, independentemente do horário do dia, o seu primeiro dia vale apenas até a meia noite. Como eu cheguei na cidade às 14hs, se eu usasse o transporte eu teria praticamente perdido o primeiro dia do cartão, pois até o centro da cidade são +- 40 minutos de ônibus.
Mas tudo bem, paguei pelo transporte público e fui para o hostel. No ônibus encontrei um brasileiro de Curitiba, chamado Lucas,  que me deu umas dicas muito legais. Mas a principal foi com relação aos homeless (desabrigados, povo de rua essas coisas). Ele me advertiu para tomar cuidado com essas criaturas pois a única coisa que fazem é arranjar confusão com turistas, jogam pedras ou o que tiver por perto. Isso já me deixou apreensivo. A caminho para o hostel tive a infelicidade de encontrar com uma dessas criaturas. E realmente é foda. Do nada o cara veio para cima de mim perguntando por que eu estava olhando, e eu nem tinha percebido a criatura. Complexo. Mas consegui chegar a salvo no hostel.
No outro dia pela manhã estava organizando meu passeio e aí percebi que o pessoal responsável pelo Dublin Pass é realmente muito esperto, lembra um pouco o povo brasileiro. Mais um motivo pelo qual eu me senti como se estivesse no Brasil. Infelizmente temos que assumir que o povo brasileiro (me desculpem as exceções) sempre tenta levar uma certa vantagem, omitir informações para ganhar uns trocados a mais ou de alguma forma passar o outro para trás. Pois bem, quando comprei o cartão pela internet, eu vi no site uma lista de atrações nas quais o portador do cartão não precisaria pagar para entrar. Pois é, isso é verdade! Para aquelas atrações não havia necessidade de pagar, o problema no meu ponto de vista é que em mais da metade das atrações não havia necessidade de pagar mesmo sem o cartão! Esse é o ponto que me refiro quando digo que me senti passado para trás. Se você confrontar as informações que são disponibilizadas pelo Paris Pass com as do Dublin Pass vão perceber como o pessoal da Irlanda esconde informações.
Acabei visitando vários museus, galerias de arte (não cobram entrada em todo o território Irlandês), igrejas (que por mais estranho que possa parecer cobram e não é pouco) e outras atrações privadas como o Guiness Storehouse e o Old Jameson Distillery.
No entanto, algumas das atrações que eu realmente queria visitar eu não pude por alguns motivos. No caso do "The Bram Stoker Dracula Experience" (um castelo que conta a história da vida do Bram Stoker e te leva a uma experiência dentro do castelo do Drácula) eu não fui porque dois ou três brasileiros que moram em Dublin me advertiram para não ir lá de ônibus ou caminhando, pois fica numa região barra-pesada, reduto dos homeless, mas principalmente devido ao horário de funcionamento, das 4 da tarde as 10 da noite. Qual é o problema nisso? Bem, às 5 da tarde já era noite, e nós brasileiros sabemos que não é bom andar à noite em lugares barra-pesada. Pois é, perdi uma das melhores atrações por falta de grana. Poderia ter ido se tivesse pago um taxi. Mas viagem de mochileiro é sempre restrita.

Mas as outas que perdi que também eram muito boas, foi porque na verdade as atrações não ficam em Dublin mas sim nos arredores, algo como 50 km distante. E essa informação também não tinha no site.
Me diverti um pouco, mas o que realmente marcou minha visita foi a falta de segurança e consideração com o turista. Fui maltratado até mesmo no supermercado por uma atendente que nada tinha de irlandesa. Uma estrangeira qualquer que pelo jeito estava de mal com a vida ou não tinha recebido um bom tratamento do marido na noite anterior. Enfim, para mim Dublin é nota 3 numa escala de 1 a 10.
No entanto pretendo voltar um dia. Com mais dinheiro e com mais tempo para ver se minha impressão se confirma ou foi porque eu estava num dia ruim, com pressa e pouca grana.
Fica uma dica: se você pretende visitar Dublin por 4 ou mais dias, o Dublin Pass vale a pena. Caso contrário acho que é melhor não usar o cartão. Faça um bom planejamento antes e tente encontrar o máximo de informação de cada atração que pretende visitar, principalmente o horário de funcionamento, pois em Dublin as atrações geralmente abrem tarde e fecham muito cedo. Isso faz com que você tenha duas opões: veja tudo correndo e não aproveite direito (foi o que fiz e por isso quero voltar) ou consiga ver com calma apenas uma pequena parte das atrações. Como o cartão é caro, pense bem ante de comprá-lo.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O caminho de volta

Estava tudo tão certo, desde o início da viagem todos os dias ensolarados. Sabíamos que a cada dia a probabilidade de chuva aumentada, pois não é comum tantos dias sem chuva. Mas ainda assim tínhamos esperanças de que não chovesse até o fim da viagem. Não deu certo!
Isso nos desanimou, pois o trajeto que planejei nos levava ao litoral sul da Inglaterra, que apesar de não ter areia é bonito. Não dá para entrar na água gelada é claro, mas é legal para conhecer. Mesmo com a chuva prosseguimos com o planejado e ainda adicionamos uma cidade, Bath, sugerida pelo nosso anfitrião em Bristol. Tentamos, mas chegando em Bath desistimos, pois a cidade é um caos completo, pelo menos em relação ao trânsito. Se for visitar essa cidade nem pense em dirigi por lá. Vá de ônibus. Desistimos dela e continuamos na estrada até chegar ao Stonehenge.
De acordo com a Wikipedia e alguns outros sites que pesquisei, assim como o material que recebi quando o visitei, Stonehenge (do inglês arcaico "stan" = pedra, e "hencg" = eixo ou "hen(c)en" = pendurar ou suspender) é um monumento megalítico da Idade do Bronze, localizado na planície de Salisbury, próximo a cidade de Amesbury, no condado de Wiltshire, ao Sul da Inglaterra. Bem, pelo menos a localização vocês podem confiar. :D
É considerado o mais visitado e bem conhecido dos círculo de pedras britânicos, e acredita-se que foi projectado para a observação de fenômenos astronômicos. Denominado pelos Saxões de "hanging stones" (pedras suspensas) e referido em escritos medievais como "dança dos gigantes", existem diversas lendas e mitos acerca da sua construção, creditada a diversos povos da Antiguidade. Uma das opiniões mais populares foi a de John Aubrey. No século XVII, antes do desenvolvimento dos métodos de datação arqueológica e da pesquisa histórica, foi quem primeiro associou este monumento, e outras estruturas megalíticas na Europa, aos antigos Druidas. No entanto, os Druidas só apareceram na Grã-Bretanha após 300 a.C., mais de 1500 anos após os últimos círculos de pedra serem erguidos. Algumas evidências, entretanto, sugerem que os Druidas encontraram os círculos de pedra e os utilizaram com fins religiosos.
Outros autores sugeriram que os monumentos megalíticos foram erguidos pelos Romanos, embora esta idéia seja ainda mais improvável, uma vez que os Romanos só ocuparam as Ilhas Britânicas após 43, quase dois mil anos após a construção dos círculos de pedra. Somente com o desenvolvimento do método de datação a partir do Carbono-14 estabeleceram-se datas aproximadas para os círculos de pedra. Durante décadas não foram formuladas explicações plausíveis para a função dos círculos, além das suposições de que se destinavam a rituais e sacrifícios.
Essa parada foi legal. Depois daí foi só estrada até chegar em casa, descansar e preparar a mala para a próxima viagem. Dois dias mais tarde estávamos desembarcando em Dublin, capital da República da Irlanda.
Curiosidade 1: No dia 21 de Junho, o Sol nasce em perfeita exatidão sob a pedra principal.
Curiosidade 2: Estima-se que para a construção do desse círculo de pedras foram necessárias mais de trinta milhões de horas de trabalho.
Curiosidade 3: Stonehenge é uma estrutura composta, formada por círculos concêntricos de pedras que chegam a ter cinco metros de altura e a pesar quase cinqüenta toneladas.

O plano inicial nos levou a Bristol, mas chegando lá ....

Após algumas horas na estrada chegamos a Bristol. Fomo visitar um amigo brasileiro que está fazendo o doutorado na Universidade de Bristol e graças a ele não gastamos com hospedagem, pois ele nos “ofereceu” abrigo. Na verdade eu e o Márcio forçamos a situação desde o começo hehehe, mesmo assim obrigado Cintra.

Deixando de lado o fato de não encontrarmos lugar para estacionar o carro, o resto foi tranquilo. Saímos para dar uma volta na cidade de conhecer a famosa ponte de Bristol, chamada de Clifton Suspension Bridge. Essa ponto foi projetada pelo engenheiro Vitoriano Isambard Kingdom Brunel. Mas o camarada não teve a felicidade de ver seu projeto concluído pois morreu antes de 1864, ano em que o projeto foi concluído.
A ponte é lindíssima mesmo, e foi construída sobre o rio Avon que fica no vale entre duas muralhas de pedras com altura de mais de 200 metros. No período em que Bristol foi uma importante cidade portuária, esse rio era usado como principal portão de acesso e as muralhas eram usadas como defesa da cidade. Quando navios piratas tentavam atacar a cidade a “coisa ficava feira para eles”, pois a guarda da cidade mantinha diversos canhões na encosta a muralha, o que tornava relativamente simples a defesa da cidade.

Na verdade sei que a cidade tem muitas outras atrações a oferecer, mas não desfrutamos delas infelizmente :(

Dentre as atrações da cidade posso até citar algumas, assim serve como um pequeno guia caso alguém queira visitar: Brunel's ss Great Britain Museum, City Museum & Art Gallery, The Georgian House, The Red Lodge, Blaise Castle House Museum, Berkeley Castle, Thornbury Castle, Bristol Cathedral, Kings Weston Roman Villa, The Edward Jenner Museum, Fleet Air Arm Museum e a Clifton Suspension Bridge .... e muitos outros. Nem quero pensar que fui para lá e não visitei esses lugares. Voltarei.

Saímos a noite e foi péssimo! Fomos a uma “discoteca” muito ruim na minha opinião. Mas tudo bem, não dá para acertar todas. No outro dia ao invés de ficarmos em Bristol decidimos visitar Cardiff, a capital do país de Gales. Estávamos ali pertinho mesmo e de carro, então por que não?
Sinceramente não sei se teríamos aproveitado tanto em Bristol, mas em Cardiff foi muito legal. Na verdade fomos para visitar o Castelo de Cardiff. Finalmente conheci um castelo! Foi muito legal.

Dentro do castelo também tem um pequeno museu de armas com muitos objetos interessantes. Passamos a tarde lá e depois voltamos para Bristol.

No outro dia bem cedo levantamos acampamento e partimos em direção a Canterbury, mas com planos de parar em várias cidades ao longo do caminho. Só teve um problema: a chuva.

E não é que a música dos caras é boa mesmo ....

Saindo de Manchester foram apenas uma hora até chegar em Liverpool, e sem dificuldades ou surpresas dessa vez. Só um detalhe, na chegada decidimos por questão de sorte seguir uma placa que aparecia com muita frequência nos direcionando a um tal de Albert Dock. Não tínhamos planejado nada para Liverpool e nem mesmo feito reserva de hotel ou albergue. Pensamos que seria mais emocionante chegar na loca mesmo e procurar um lugar para ficar. Na pior das hipóteses teríamos que dormir no carro. Mas tudo ficou mais fácil quando chegamos ao tal do Albert Dock, pois esse é um dos pontos turísticos da cidade, com museus, galerias de arte, restaurantes e hotéis. Lá consegui um mapa da cidade e informações de como chegar a um albergue e hoteis mais baratos.

Fomos um hotel (Formule 1, bem conhecido no Brasil), pedi para ver o quarto e, “pelas barbas do profeta” como fedia. Me senti na Inglaterra mesmo, hehehehe. Desisti na hora.
Fomos então para o Albergue da juventude com a esperança de encontrar um lugar mais limpo e menso fedido. Era mais limpo e menos fedido sim, mas apenas menos fedido, pois o fedor ainda estava lá. Afinal, estamos na Inglaterra, país onde banho é considerado um crime. Estou quase começando a acreditar nisso!!!!

Mas decidimos ficar por ali mesmo e porque motivo? Grana e a possibilidade de conhecermos outros viajantes para festar na cidade. Já na primeira noite conhecemos um canadense que estava no mesmo quarto que nós e com ele fomos ao famoso pub The Cavern, o pub onde os Beatles começaram a carreira. Esse noite foi incrível! O pub é muito bom, com valor da entrada muito barata (1 libra) e cerveja mais barata que em Canterbury. Sem contar a banda que “interpretava” e cantava as músicas dos Beatles. Os caras mandaram muito bem.  Nos divertimos muito a com baixo custo!

No outro dia como é de se esperar saímos para caminhar, fotografar e conhecer os lugares mais famosos da cidade. E na segunda noite decidimos sair novamente só para variar um pouco. Dessa vez fomos a outro pub, chamado The Grape. Esse é o bar onde os Beatles iam beber antes dos shows, segundo reza a lenda. Nesse bar estava um tiozão tocando rock. Poxa vida, não dá para descrever a sensação de estar nesse bar apreciando uma pint de Guinness Draught e curtindo um rock daquela qualidade. Só estando lá para saber o que significa. Dormi pouco mais feliz naquela noite, pois o no outro dia tínhamos que fazer o check-out até as 10 da manhã e zarpar para o próximo destino: Bristol. Mas não antes de dar um passeio as 8 da manhã pela orla do rio Mersey e comprar umas pequenas lembranças dessa cidade maravilhosa.

Manchester e o caminho até lá

Antes mesmo de chegarmos na estrada já percebi que seria complicado. Eu estava de navegador cuidando dos mapas e tudo mais enquanto o Márcio dirigia a caranga que alugamos para viajar. Mas já na primeira curva saindo da locadora o nosso motorista esqueceu que seu lado esquerdo tinha mais carro que o lado direito e já ia perdendo o retrovisor na traseira de um caminhão que estava estacionado em cima da calçada. Por sorte tive tempo para avisá-lo e ele reagiu bem e conseguiu desviar. Não dá para dirigir como se estivesse no Brasil usando um carro inglês. Para os poucos que não sabem, vale lembrar que no carro inglês a direção fica do lado direito do carro. Isso muda muita coisa. Como outro exemplo, toda hora eu escutava um barulho estranho na porta do motorista. Depois de alguns minutos percebi que era o próprio motorista batendo na porta toda vez que precisava trocar a marcha. Coisa de louco, pois o câmbio nos carros ingleses fica ao lado esquerdo do motorista.

Mas o pior ainda estava por vir. De Canterbury até Manchester são 441 km. Mas não precisou de tudo isso para começarmos a ter emoções. Já na saída da cidade nos perdemos. Caramba como as placas aqui são confusas hehehe. Demoramos um pouco mas encontramos o caminho.

Depois de entrar na estrada foi mais tranquilo, apesar de que o Márcio estava extremamente tenso. Passamos pelos arredores de Londres sem problemas, e enquanto não precisássemos trocar de rodovia não tinha como errar. Mas em algum momento teríamos que trocar de rodovia não é?

E foi logo na primeira que nos ferramos. Um entroncamento onde se encontram várias rodovias. Tínhamos várias opções e em cascata. Estava tudo indo bem, difícil mas bem, até a última curva na qual erramos. Esse erro nos custou mais 60 km de estrada :(

Enfim encontramos o caminho certo e voltamos ao plano inicial. Mas, eis que o Google Maps nos aprova uma. Estávamos seguindo as instruções do Google até então e estava tudo certo. Mas chegando em Birmingham percebi que tinha algo errado no mapa. Na verdade tinha uma inconsistência com o mapa das rodovias e as instruções do Google. Mas como estávamos seguindo as instruções desde o começo decidimos continuar. Isso nos custou mais 70 km, pois seguindo as instruções acabamos circulando a cidade e fazendo uma volta gigante para voltar a quase o mesmo ponto. Por que isso? Por que o Google achou que nós queríamos desviar de um pedágio. Então gastamos em gasolina o dobro do valor do pedágio para dele.  Após isso, voltamos ao curso normal das coisas e ao trajeto inicialmente planejado. Finalizamos a viagem sem mais surpresas.

Chegamos ao hotel salvos e com uma tremenda dor de cabeça. Foram muitas informações para um mesmo dia. Aprender todos os sinais de trânsito usados na Inglaterra, controlar o trajeto, buscar rotas para corrigir os erros .... tudo isso é bem cansativo. Mas no final conseguimos aprender algo. Um detalhe interessante: acostamento por aqui se chama “hard shoulder”, básico mas nós não sabíamos.

Na cidade foi tudo bem. No primeiro dia cumprimos com nosso dever e fomos ao Simpósio. Tinha esquecido de mencionar mas esse era o objetivo inicial da viagem :)

A noite saímos para curtir a cidade  e tomar umas brejas. No outro dia caminhamos muito pelo centro da cidade, fotografamos muitos lugares legais e visitamos museus e galerias de arte. Muito interessante, mas com apenas um dia para conhecer não dá para aproveitar muito. Mesmo com o pouco tempo saí de Manchester com uma boa impressão da cidade.

As 16 hs zarpamos para Liverpool.

A representante Irlandesa

guinness-logo
Em 24 de abril deste ano a Guinness completou seus 250 anos. Tudo começou com um sujeito chamado Arthur Guinness numa cervejaria localizada em St. James's Gate em Dublin, capital da República da Irlanda. 'Raise a glass to the memory of Arthur Guinness!' essa é uma frase muito comum em Dublin, pois toda vez que alguém fala sobre Guinness outro alguem a grita, o que significa, grosso modo, faça um brinde a Arthur Guinness.
Arthur Guinness começou a fabricar a tão famosa cerveja em Leixlip. Em 1759 transferiu a cervejaria para o local atual, St. James's Gate, e em 31 de dezembro do mesmo ano assinou um contrato para uso desse local por até 9000 anos a um valor de £45 por ano. Dez anos mais tarde, em 1789, as exportações começaram, sendo a primeira remessa (6,5 barris) enviada para a Inglaterra.
A Guinness, apesar de ser classificada como Stout, foi baseada em outro estilo: Porter. O motivo dessa confusão é porque o nome Stout surgiu de uma diminuição do nome "Stout Porter", usado para classificar as Porters mais fortes. A Porter é uma cerveja mais suave que sua parente Stout, normalmente com 1 a 2% a menos de álcool. São cervejas escuras e típicas da Inglaterra, originárias em Londres no princípio do século 18. As Stouts por sua vez, são cervejas negras opacas, dotadas de forte sabor de chocolate, café e malte torrado, e usualmente com pouca carbonação. Uma representante dessa categoria no Brasil é a Caracu (não provei ainda a Caracu, então não posso opinar sobre a mesma).
Composição das Guinness': água, malte, cevada, lúpulo e fermento.
A característica mais marcante da Guinness é seu sabor "tostado", derivado do processo de torrefação da cevada. O colarinho ou creme é também marcante, principalmente na Draught que contém uma misturada a nitrogênio e dióxido de carbono. Essa mistura resulta em um creme único e complexo. Com essa composição é possível colocá-la em alta pressão sem que a cerveja "borbulhe" ou aconteça o "efeito efervescente". A textura cremosa dessa Guinness Draught é resultado dessa mistura, com baixos níveis de dióxido de carbono e presença do nitrogênio, o qual também contribui para a formação do colarinho extremamente cremoso devido as bolhas minúsculas. Já a Extra Stout não contém nitrogênio, o que a deixa mais ácida e menos cremosa que a Draught.
Quanto a coloração, usualmente as pessoas descrevem as Guinness como sendo cerveja preta. No entanto, apensa de parecer preta, oficialmente ela é descrita como rubi muito escuro. Coloque contra uma fonte de luz forte e veja se é verdade :)
Existe um ritual para servir um "perfect pint of Draught Guinness" e toda uma história relacionada a esse ritual. De acordo com a fabricante da cerveja o ritual leva 119,53 segundos e é realizado em duas etapas. Primeiro serve-se até pouco mais da metade do copo, espera-se alguns segundos para formar o creme e, então, completa-se a pint. Mesmo após esses segundos esperando o creme ainda não está completo e as bolhas estão em frenesi. Essa cerveja deve ser servida a 6°C. Outro detalhe importante é o copo que deve ser em "forma de tulipa" mas não exatamente uma tulipa (Veja a figura).
Minha avaliação: provei duas Guinness diferentes quando fui a Dublin na semana passada e para variar acabei fazendo algumas anotações sobre elas. Aí vão minhas impressões sobre elas.
GUINNESS DRAUGHT
beer_photo_draught_pint1Local onde provei: Guinness Storehouse, St. James Gate em Dublin, República da Irlanda.
Data: 02 de maio de 2009.
Cervejaria St. James’s Gate
Grupo Diageo
Estilo Dry Stout
Álcool (%) 4,1% ABV
Sazonal Não é sazonal
Ativa: SIM
Temperatura 6 °C
Copo ideal Pint
notas: [final] 3,5
aparência [1-5]: (5) quando o garçom lhe apresenta uma pint de Guinness Draught ainda formando o creme não dá para resistir. É difícil segurar a baba. O copo (pint) é estilizado é muito bonito. Mas o detalhe que a deixa mais atraente é alta carbonação e a presença do nitrogênio, quando a pint chega a sua frente a carbonação está ativa, "com bolhas descendo" e completando o colarinho. Diferente mas é isso mesmo. O que se vê são bolhas descendo e não subindo. Tente descobrir porque. O contraste da cerveja "preta" com o creme bege e o gradiente da carbonação a deixa ainda mais atrativa.
aroma [1-10]: (7) não muito diferente dos outros tipos de Guinness. O malte torrado se sobressai mas as notas de caramelo também estão mais presentes que na Extra Stout.
sabor[1-20]: (14) início adocicado com notas de caramelo e final marcado pelo sabor do malte torrado, mas em menos intensidade que a Extra Stout. Amargor persistente mas com intensidade mediana. Possui acidez baixa, presença de álcool na medida certa e carbonação altíssima, o que a deixa de certo modo refrescante.
sensação[1-5]: (3) corpo médio e refrescante.
conjunto[1-10]: (6) uma cerveja relativamente equilibrada. Mas o aspecto que a deixa mais atraente impacta também no sabor tornando-a mais leve do que deveria ao meu ver. A carbonação poderia ser menos intensa.
GUINNESS EXTRA STOUT
dscn9627-1Local onde provei: Guinness Storehouse, St. James Gate em Dublin, República da Irlanda.
Data: 02 de maio de 2009.
Cervejaria St. James’s Gate
Grupo Diageo
Estilo Extra Stout
Álcool (%) 4,2% ABV
Sazonal Não é sazonal
Ativa: SIM
Temperatura 8-12 °C VER GUIA
Copo ideal Pint
notas: [final] 3,5
aparência [1-5]: (4) a garrafa dessa cerveja não tem um design muito diferente de outras cervejas mais simples e de longe apresenta curvas como a Hoegaarden. No entanto, o contraste de cores da garrafa com o rótulo e seu formato simples e austero, a torna muito elegante e convidativa. São poucos os detalhes na garrafa, talvez os mais marcantes sejam a assinatura em alto relevo na garrafa e o o desenho de uma harpa, objeto símbolo da República da Irlanda, no rótulo. Creme levemente castanho, pouco denso e não pouco persistente. Quanto a cor, muito escura aproximando ao preto como é característica da categoria.
aroma [1-10]: (6) o malte torrado se sobressai a todos os outros aromas. No entanto notas de caramelo estão presentes.
sabor[1-20]: (15) início adocicado com notas de caramelo e final marcado pelo sabor do malte torrado. Amargor persistente e muito marcante. Excelente ao meu ver. Possui acidez baixa, presença de álcool na medida certa e carbonação média-baixa.
sensação[1-5] (3) : corpo forte, marcante, cheio de vigor e virtude. Harmoniza bem com pratos bem temperados ou carne. Mesmo tendo um forte e persistente amargor também desce fácil.
conjunto[1-10] (7): Em termos de sabor e aroma a Guinness Extra Stout é relativamente equilibrada, mas com destaque ao malte torrado. Dentro do contexto e proposta do fabricante é uma excelente cerveja.

O estilo Weissbier

Um pouco de informação sobre o estilo Weissbier (Weizenbier, Wheat Beer ou Cerveja de Trigo)
texto copiado na íntegra do site http://www.brejas.com.br/cerveja.shtml. Acessem o site para mais informações sobre outros tipos de cervejas e assuntos relacionados.

Produzida principalmente pelas grande cervejarias alemãs como HB, Paulaner, Erdinger, Franziskaner e Weihenstephan, é uma cerveja feita a base de trigo e característica do sul da Alemanha, região da Baviera. São cervejas claras e opacas, onde sobressai o trigo com o qual foram produzidas, bem como sabores frutados (banana e maça), cravo e florais. Bastante refrescantes e de graduação alcoólica moderada (entre 5 e 6%), são opacas e normalmente não filtradas. Produzem, em geral, um creme denso e persistente. Aqui no Brasil a Bohemia fabrica sua versão, chamada Bohemia Weiss.

As variedades possíveis são:

  • Hefeweizen, de cor amarelada-marrom opaca, pois a levedura não é filtrada. Erdinger Hefeweizen é a mais conhecida aqui no Brasil.

  • Kristallweizen, de cor clara e transparente, leve na degustação. Normalmente é filtrada, não tendo adição de levedura diretamente na garrafa. Um exemplo é a Franziskaner Weissbier Kristallklar

  • Dunkelweizen ou Hefeweissbier dunkel, cerveja de trigo escura, de gosto mais forte. A Erdinger tem sua versão, aquela com rótulo preto.

  • Weizenstarckbier ou Weizenbock, cerveja tipo bock com uma graduação alcoólica entre 5% e 12%. Exemplo é a Aventinus, feita pela G. Schneider & Sohn.

  • Berliner Weisse ou Berlin White (cerveja branca berlinense), de graduação alcoólica entre 2 e 4% e de cor amarelada e opaca. Por ser levemente azeda, é comum adicionarem xaropes doces de frutas.

  • Witbier (Belgian White), esbranquiçadas devido às leveduras e ao trigo suspenso (daí o nome). Possui um toque cítrico de laranja, já que a casca da fruta é usada como complemento ao lúpulo. Também leva "coriander", conhecido por nós como coentro. A marca mais representativa é a Hoegaarden, além da Unibroue Blanche de Chambly.

  • Bière Blanche ou Blanche: apenas o nome em francês para as cervejas de trigo.

  • Russ, cerveja de trigo com acréscimo de suco de limão (Zitronenlimonade), assim como ocorre com a Radler.


Hoegaarden

hoegaarden_logo

Hoegaarden (pronúncia /whogarden/) é uma cerveja branca originária de uma pequenina cidade na Bélgica cujo nome é Hoegaarden. Criada pela cervejaria De Kluis que é atualmente parte da InBev.


Essa cerveja é produzida até hoje seguindo sua receita tradicional datada de 1445. Seus ingredientes são água, fermento, lúpulo, trigo,coriander e casca de laranja curaçao seca.  Sendo os dois últimos ingredientes os principais responsáveis pelo seu sabor característico cítrico e refrescante. A idéia de usar o trigo ao invés da cevada para a fabricação de cerveja veio dos monges que viviam na cidade de Hoegaarden.

Apesar da data da receita, a cervejaria Hoegaarden propriamente dita só começou existir em apenas 1966. Sua coloração pálida e turva é resultado da segunda etapa de fermentação que acontece na garrafa. O sucesso das cervejas de trigo foi tão grande que fez surgir diversas pequenas cervejarias na região. No entanto as mesmas não resistiram a competição com as grandes cervejarias e aos problemas das Guerras Mundiais. AHoegaarden, por exemplo, fechou as portas em 1957.

Para a nossa felicidade, 9 anos mais tarde um camarada chamado Pierre Celis, de profissão leiteiro, resolveu reerguer a fábrica e trazer novamente ao mercado essa grande cerveja. Recebeu ajuda financeira de seu pai e técnica de um mestre cervejeiro veterano para a criação da cervejaria The Cloister. O sucesso foi imediato.

Agora o que devemos fazer é brindar ao Sr. Pierre Celis.
Descrição Comercial


A Hoegaarden contém ingredientes especiais como sementes de coriander, uma especiaria originária da Ásia e norte da África, e raspas de casca de laranja, o que lhe confere alta refrescância e drinkability. Combina bem com saladas, peixes, mexilhões, defumados e queijos de consistência semi-dura  Produzida na pequena vila de Hoegaarden, no norte da Bélgica, esta é uma autêntica cerveja de trigo belga, também conhecida como White Beer. A Hoegaarden possui um processo de fabricação único e complexo e, por isso, é virtualmente diferente de qualquer outra cerveja no mundo. A primeira etapa é um processo de alta fermentação. Depois, a cerveja é engarrafada sem pasteurização e permanece em repouso por mais três semanas para que aconteça a re-fermentação dentro da garrafa. A aparência final é de uma cor amarelo ouro e opaco típico das cervejas de trigo belgas.
Minha impressão sobre a Hoegaarden:



hoegaarden2 
Local onde provei: em casa, Canterbury, Kent, UK.
Data: 15 de março de 2009
Cervejaria     Brouwerij Hoegaarden
Estilo     Witbier
Álcool (%)     4.9% ABV

Ingredientes     água, fermento, lúpulo, trigo, coriander e casca de laranja curaçao seca
Site     http://www.hoegaarden.com
Temperatura     2-3°C  de acordo com o rótulo
Copo ideal     Tumbler

notas: [final 3,7]

aroma [1-10]: 6 -> malte de trigo se sobressai, com algumas notas fracas de caramelo ao final. Ainda não consigo identificar muito bem os aromas presentes, mas sinto que existe algo cítrico. Apesar de que a receita diz ter casca de laranja não consigo identificar exatamente isso, muito menos as especiarias.

aparência[1-5]: 4 -> a garrafa por si é convidativa. Formato cheio de curvas, rótulo discreto mas com grande contraste com a cor da garrafa. Deixa bem evidente o nome da cerveja e as letras tem estilo imponente. O logotipo e o nome da cerveja são apresentados em alto relevo na garrafa, o que mostra o  cuidado da cervejaria em não usar qualquer garrafa. Quando colocada no copo ela também te convida a bebê-la. Coloração dourada com média intensidade e fosca, com poucas partículas suspensas, textura leve e fluída, creme branco mas não persistente apesar de não ser típico das Weissbier, mas característico da Hoegaarden, mas também influenciado pelo copo. Muito bonita.

sabor[1-20]: 16-> sabor inicial ácido, pouco doce e bastante cítrico talvez maçã verde ou pomelo, sinto especiarias também mas ainda não tenho paladar tão aguçado para identificar que tipo. Ela é bastante refrescante. O sabor final também é ácido porém mais fraco, suave mas com um pouco de amargor devido ao lúpulo. Com relação ao retrogosto , o sabor de especiarias é evidenciado e a acidez diminui, mas ainda assim acredito que se a acidez fosse menor o sabor seria mais harmônico.

sensação[1-5] 4->: textura e corpo muito leves. O álcool é presente mas numa boa intensidade e a carbonação na medida. Desce muito fácil. Uma excelente opção para matar a sede.

conjunto[1-10] 7 ->: recomendo para momentos que exigem uma cerveja leve, refrescante e cheia de sabor. Essa é uma excelente Witbier.